Candidato à vaga de emprego deve demonstrar confiança durante a entrevista com o recrutadorReprodução

Realizar uma entrevista de emprego em um novo setor ou mesmo na busca pelo primeiro emprego pode ser um desafio, principalmente pela falta de experiência — fator que costuma ser um diferencial para a contratação. Contudo, outros fatores também são avaliados em uma entrevista, fazendo com que pessoas sem experiência na área consigam uma boa avaliação dos recrutadores.

Um passo muito importante para uma boa entrevista passa pela preparação. Uma recomendação é analisar as exigências para a vaga. Essa análise ajuda o candidato a relacionar os requisitos desejados com suas habilidades, estando, desse modo, mais apto a responder as perguntas de um recrutador.

Vinicius Walsh, especialista em transição de carreira, destaca algumas dicas para uma boa preparação para entrevistas de emprego:
“Mesmo sem uma experiência comprovada na área, é possível sim deixar uma boa impressão. Para isso, algumas dicas passam por conhecer a empresa e mencionar como seus valores e objetivos estão alinhados, algo que demonstra interesse. Outra dica é criar um portfólio: apesar da falta de experiência, um portfólio ajuda o recrutador a verificar suas competências e com elas podem ser adequadas à organização. Nele podem ser incluídos trabalhos acadêmicos, freelancers ou contribuições em ONGs, por exemplo”, explica.

Além de criar um portfólio, o especialista ressalta a importância de adaptar o currículo a cada vaga procurada. “É comum que as pessoas façam um currículo genérico, mas essa escolha está longe de ser a ideal”, comenta. Uma pesquisa realizada pelo Grupo Zety, especializado em carreiras, mostra que mais de 60% dos recrutadores preferem receber currículos personalizados, adaptados a vaga em aberto.

Assim, principalmente para quem não tem experiência na área, direcionar seu currículo, destacando as habilidades compatíveis é essencial para uma boa impressão por parte da equipe de recrutamento. Exemplos de habilidades muito procuradas no mercado, em diversos setores, incluem comunicação, trabalho em equipe, resolução de problemas e liderança. Em relação às soft skills, o estudo “Tendências de recursos humanos 2023 – 2024”, da Randstad Research, demonstra que “orientação para resultados” (43,8%), “capacidade de adaptação” (43,1%) e “colaboração com outros” (40,9%) são as competências mais procuradas pelas empresas nos diversos mercados.

Outra dica de Walsh passa pelo comportamento durante a entrevista, em especial, pela demonstração de confiança na fala e exemplificação de competências. O estudo “Gerenciamento de impressões e tomada de decisão em entrevistas de emprego”, realizado por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade de Brasília (UnB) com 99 profissionais da área de gestão de pessoas com experiência em recrutamento e seleção, mostra que práticas de autopromoção e exemplificação, falar sobre casos anteriores, mesmo em outros contextos, são fatores que aumentam as chances de contratação após uma entrevista de emprego.

O especialista ainda reforça que construir um breve discurso também é uma boa alternativa. “O entrevistador já tem o seu CV. Por isso, concentre-se em construir um discurso que tenha um gancho e sintetize quem é você como profissional, sua capacidade de rápido aprendizado, quais os seus objetivos e como eles estão alinhados à empresa em questão. Aqui, o intuito é convencê-lo das suas habilidades”, ressalta. Além disso, Walsh menciona a relevância da construção de networking com participação em eventos, grupos e fóruns da área para conhecer pessoas e aprender mais sobre o setor, uma vez que ser indicado para uma entrevista pode ser um diferencial para superar a falta de experiência.