Por thiago.antunes
Rio - Profissionais criativos em atuação no Rio trabalham no mercado que melhor paga a categoria no país. O rendimento médio dos quase 100 mil empregados formais do ramo no estado é de R$ 9.826 — três vezes maior à média local. A constatação faz parte da quinta edição do Mapa da Indústria Criativa, divulgado nesta semana pelo Sistema Firjan, que fez um raio-x da categoria em todo o país e no estado.
O levantamento traçou um paralelo nos 13 segmentos do setor entre 2013 e 2015. Em seis delas, a melhor remuneração está no Rio. Destaque para profissionais de Pesquisa e Desenvolvimento, que recebem salário médio de mais de R$ 16 mil (veja no infográfico acima).
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Mas o que leva o mercado criativo fluminense a essa condição privilegiada? Gabriel Pinto, gerente de Indústria Criativa do Sistema Firjan, atribui esse protagonismo à identidade do Rio, apontada como a sétima cidade mais valiosa do mundo, de acordo com um ranking elaborado pelo jornal britânico ‘The Guardian’.

“Diferente de São Paulo, o Rio produz identidade e uma efervescência cultural que se transforma em negócio. O Carnaval, por exemplo, movimenta toda a indústria, mas também as marcas, que desenvolvem coleções específicas inspiradas na folia. O Rio tem 80% da bilheteria do cinema nacional e também é referência nacional e internacional na Arquitetura e Design”, enumera.

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Impacto do fenômeno dos Food Trucks
O estudo também elaborou a lista das profissões com maior aumento na geração de empregos. Com 720 novas vagas, os analistas de pesquisa de mercado, do ramo publicitário, encabeçam o ranking no estado. A Gastronomia também está em alta. Com o acréscimo de 675 ofertas de trabalho, os chefes de cozinha se consolidam num mercado em ascensão, em meio ao fenômeno dos food trucks.
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O setor criativo tem quatro áreas de atuação: Consumo, Cultura, Mídias e Tecnologia. No Rio, a área que mais evoluiu no período analisado foi a de Cultura, com crescimento de 8,6% no número de contratações. Na área de Consumo, houve acréscimo de 10,5% de profissionais ligados à Publicidade — caso dos analistas de pesquisa.
O estudo da Federação das Indústrias do Rio analisou dois aspectos. Na abordagem sobre o mercado de trabalho, o Mapa analisou os profissionais criativos independente do local onde atuam, que pode ser em estabelecimentos estritamente criativos, como agências de publicidade, ou em outras atividades econômicas, como os designers nas indústrias automotivas. Na análise voltada para a produção, a abordagem se voltou ao valor gerado pelas empresas.
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O estado do Rio também ganha destaque no cenário nacional na geração de renda, atrás apenas de São Paulo. Com 25 mil empreendimentos no setor, o equivalente a 5,5% das empresas no estado, o PIB Criativo foi de R$ 24,1 bilhões em 2015 — 15,5% do PIB nacional no ramo.
A análise do mercado de trabalho mostra que 80% dos profissionais da área estão em atividades que não são essencialmente criativas, destacando a importância da circulação desses profissionais em outros segmentos.