Por luana.benedito

Rio - Caio Lo Bianco se formou em Economia pela FGV. Mas decidiu que trabalharia na área de educação depois de fazer um intercâmbio de estudos na Inglaterra. A engenheira Mariana Georges de Carvalho estudou e até fez estágio na França, quando ainda estava na universidade.

Hoje, essa trajetória está no currículo e virou um diferencial no mercado de trabalho, principalmente em multinacionais francesas em atuação no país. Eles fazem parte de um universo de 300 mil estudantes brasileiros que se aventuram pelo mundo a cada ano, em busca de experiência profissional. O tema, aliás, vai ser um dos principais focos do Salão do Estudante, maior feira de educação internacional da América Latina, que vai percorrer seis capitais em dez dias.

A cada ano%2C cerca de 300 mil brasileiros fazem intercâmbio no Exterior%2C diz organizaçãoDivulgação

Neste fim de semana, o evento passa por São Paulo. Na terça-feira, chega ao Rio. Depois, ainda passa por Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador. Mas a expectativa é fisgar alunos para experiências internacionais, atraídos por programas que ajudam a custear o intercâmbio.

Caio Lo Bianco, citado no começo da reportagem, fez intercâmbio de graduação na Universidade de Nottingham há cinco anos, no norte da Inglaterra. E conseguiu uma bolsa pela FGV, que bancou metade das despesas dele. Mariana Georges de Carvalho, que fez intercâmbio em Lyon, na França, só precisou bancar R$ 2 mil, em passagens de ida e volta. A Fundação Estudar financiou seis meses do intercâmbio. Nos outros seis meses, Mariana conseguiu se sustentar graças ao estágio feito numa empresa que faz sondas de análise de gases.

INTERCÂMBIOS MAIS CURTOS

Mas a expectativa neste ano é de captação para intercâmbios por períodos mais curtos fora do país. Segundo pesquisa feita com cerca de 80 instituições de ensino internacionais e agências de intercâmbio, 34,8% dos estudantes ficaram entre três e seis meses no Exterior no ano passado. E outros 26% optaram por apenas um mês de experiência internacional. Mesmo assim, o Brasil segue no top 10 do ranking de países que mais envia estudantes para outros países. “O Brasil é um país promissor que ainda busca por oportunidades internacionais de ensino”, explica Samir Zaveri, presidente da BMI, entidade que organiza o Salão, com a certeza de que o evento pode ajudar a atrair os estudantes brasileiros para esse tipo de experiência.

SALÃO NO RIO

Após passar o fim de semana em São Paulo, maior evento de intercâmbio internacional da América Latina chega ao Rio. Na terça-feira, o Windsor Barra sedia o encontro, das 15h às 20h. Na quarta, Salão ocorrerá no Sofitel Rio, em Copacabana, no mesmo horário. Estimativa é que evento reúna cerca de 30 mil estudantes em todo o país — seis mil deles só no Rio. Mais informações podem ser obtidas pelo site www.salaodoestudante.com.br.

INSTITUIÇÕES ESTRANGEIRAS

Cerca de 300 instituições de ensino de mais de 15 países confirmaram presença no evento, que chega à 23ª edição. Neste ano, feira terá pavilhão dedicado a estudantes que querem estudar em Portugal. As instituições do país, aliás, aceitam o resultado do Enem para admitir brasileiros.

DESTINOS PREFERIDOS

Estudar nos Estados Unidos é a preferência dos brasileiros. Em segundo lugar, vem o Canadá, seguido pela Inglaterra.

GASTO MENSAL É DE R$ 1,6 MIL

Embora algumas instituições ofereçam bolsa de ensino, a organização do evento estima custo mensal de R$ 1,6 mil para estudar no Exterior, incluindo gastos com alojamento, material, transporte e alimentação.

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