Por O Dia

Em 1º de outubro, escrevi artigo com esse mesmo título em que alertei para os riscos que a falta de conservação/manutenção das obras pode trazer à população. Falava de pontes, viadutos, passarelas, pavimentação das ruas, sistema de drenagem, contenção de encostas, manutenção de rios e canais.

Não é questão de ser anunciador de tragédias. Mas, é fácil diagnosticar deficiências pelas quais o setor passa. Acabamos de ver viaduto em São Paulo apresentar problemas, que, por milagre, não gerou vítimas. Quantas obras do mesmo tipo temos no Rio, com o mesmo tempo de vida, ou, com mais, que sequer receberam vistorias frequentes para verificar seu estado? Algumas críticas para o funcionamento da cidade.

O sistema de drenagem de águas pluviais, nas regiões mais densamente povoadas, não foi renovado ou ampliado e foi projetado para volume de contribuição aquém do que é demandado. E, não sabemos em que estado se encontra. Com ocupações, quer seja por construções prediais ou nos morros, o volume nas redes pluviais aumentou muito, provocando, juntamente com a falta de manutenção preventiva, grandes inundações que atingem todas as regiões.

A tragédia de 10 de novembro, em Niterói, com deslizamento no morro da Boa Esperança e morte de 15 pessoas, é sinal de como estão sendo monitoradas as encostas. No Rio, ocorreram deslizamentos, de pequeno porte, em encostas na Av. Niemeyer e na Estrada do Joá. Cercada de morros, a cidade exige monitoramento constante para que novas tragédias não se repitam.

Como garantir a segurança da população se os parcos recursos designados para conservação são usados para emergências? Não existe prevenção: ruas em péssimo estado, sistema de drenagem saturado, encostas sob proteção divina e população à mercê do quadro caótico. Se isso ocorre no Rio, como estarão as demais cidades?

Luiz Fernando Santos Reis é presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj)

Você pode gostar
Comentários