Rio - Afetados pela crise financeira do estado desde o ano passado, a rede Faetec, no Rio, retomou o segundo semestre de 2016 apenas ontem, mas na unidade de Quintino, sede da rede, muitos alunos tiveram que voltar para casa. Com apenas algumas parcelas do pagamento de janeiro no bolso, os professores não têm condições de voltar às aulas.
Indignados, pais de alunos da unidade de Quintino se revoltaram com a situação. O secretário de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Social do Rio, Pedro Fernandes, vai recorrer à Justiça e ao Ministério Público e fala em exoneração do cargo caso nada seja feito. “O governo tem que entender a importância da educação”, disse.
Mãe de um aluno do 6º ano da Faetec em Quintino, Joyce Cristina Monteiro, de 50 anos, está sem trabalhar por conta de um câncer e não tem condições de pagar uma escola particular para o filho. “Teve confusão, briga mesmo, entre professor e pai de aluno na porta da escola. As pessoas não aguentam mais. Sei que eles (professores) precisam do salário, mas meu filho era para estar no 7º período. Como fica isso?”, revela. De acordo com o calendário apresentado ao secretário, o ano letivo de 2017 começará em maio e terminará no início de 2018.
O secretário Paulo Fernandes explica que as condições mínimas para que os alunos retornem às aulas foram providenciadas, como limpeza, manutenção e segurança, mas os salários dos professores ainda não têm previsão de acerto. Ao contrário dos funcionários ativos da educação, que estão com os salários em dia.
“Estamos brigando para normalizar o mais rápido possível e fazemos um apelo para que os professores voltem às salas de aula, claro os que puderem. Amanhã (hoje) vou pedir suporte à justiça e ao Ministério Público. Um arresto para pagamento dos salários ou para que o estado trate a área de ciência e tecnologia como educação”, pontua.
Em fevereiro o secretário renegociou os contratos da Faetec e garantiu a redução de 40% nos custos de cada um. Segundo Fernandes, a economia não vai afetar a qualidade dos serviços. Pais, voluntários e servidores também se sensibilizaram e realizaram um mutirão para deixar salas de aula, refeitórios e laboratórios, além da área externa dos campi, prontos para serem utilizados.