Rio - A Assembleia Docente da Universidade do Estado do Rio (Uerj) decidiu, no fim da tarde desta segunda-feira, manter o estado de greve na instituição. Com a medida, os docentes sinalizaram que podem parar a qualquer momento. Por conta da crise econômica no Estado, a Uerj vive a pior crise de sua história.
Os alunos voltaram às aulas na instituição e no Colégio de Aplicação da Uerj (CAp-Uerj), nesta segunda, mas os professores e técnicos administrativos ainda não receberam o salário de fevereiro e março, além do 13º salário do ano passado. Os alunos cotistas também estão sem receber as bolsas de estudo há dois meses.
Os docentes marcaram para esta terça-feira uma segunda aula pública na frente do Palácio Guanabara, sede do governo estadual. Após o aulão, um protesto seguirá para a porta da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj).
Em entrevista coletiva nesta manhã, o reitor Ruy Garcia Marques afirmou que não há nenhuma promessa a curto prazo em relação à crise e ao pagamento dos servidores.
"A única promessa que existe é que a Secretaria de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Social vem trabalhando no sentido e os alunos cotistas possam receber suas bolsas relativas a fevereiro o mais rapidamente possível. Isso está afligindo todos nós", afirmou o reitor, lembrando que muitos servidores estão com dificuldades de chegar até a universidade. "Todo dia vemos relatos de docentes e de técnicos administrativos dizendo que vendeu o carro, que está pedindo dinheiro emprestado. É muito triste isso", reforçou.
Marques enfatizou que essa é a pior crise da história da universidade. "Nesses três meses fizemos muitas negociações com empresas e conseguimos que alguns serviços de manutenção voltassem às atividades. Hoje a universidade está limpa, tem vigilância e coleta de lixo. É claro que existem outras coisas a serem negociadas ainda", explicou.