Eduardo Paes (PSD) é o quinto entrevistado da 6ª edição do Movimento Rio em FrenteEduardo Uzal / Divulgação / Agência O Dia

Rio - O prefeito Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição para seu quarto mandato, abriu o terceiro dia da 6ª edição do 'Movimento Rio em Frente'. A série de entrevistas com os candidatos a prefeito da capital carioca apresentada pela Fecomércio-RJ, com realização dos jornais O DIA e MEIA HORA, em parceria com o SBT e Veja Rio, acontece até esta sexta-feira (30) no auditório da entidade, no Flamengo, Zona Sul.
O candidato conversou com a apresentadora Isabele Benito, âncora do SBT Rio, sobre sobre algumas de suas propostas para a cidade. Na Educação, uma delas é criar mais 13 mil vagas em creches públicas. Já na Saúde, criar dois novos Super Centros Cariocas de Saúde, um na Zona Oeste e outro na Zona Norte, para tentar desafogar a fila do Sistema de Regulação (Sisreg).
Confira abaixo os principais trechos da conversa, que foi transmitida ao vivo pelas plataformas digitais do DIA, como YouTube e Facebook, e também pelo SBT News.
Um dos seus planos de governo se for reeleito é reduzir o déficit no número de profissionais que atuam na educação especial. A ideia é ter um educador especial para cada três alunos. Quais são seus outros planos para a educação? E como resolver o déficit de vagas em creches?
Eduardo Paes - Temos um déficit de 7 mil vagas. Abri neste meu mandato 25 mil vagas em creches. Nos meus outros governos, foram mais 30 mil. Quando você abre um equipamento de qualidade, há migração de alunos de creches particulares para creches públicas: você cobre o déficit, imediatamente o déficit aumenta. Mantenho o compromisso de criar 13 mil vagas em creches no meu próximo mandato; vivemos o momento de menor déficit da prefeitura de todos os tempos. Temos reforço escolar no contraturno. Saímos de 30% das crianças estudando em horário integral e fomos para 50%, queremos chegar a 75%. Sobre as crianças com necessidades especiais que precisam de uma atenção maior, temos a proporção de um orientador para cada quatro crianças. Está no meu compromisso de campanha ampliar o número de mediadores para um para cada três crianças.
Alguns candidatos que já participaram da série de entrevistas Movimento Rio em Frente falaram que existe maquiagem nos números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em que o Rio de Janeiro obteve nota 6, melhor resultado da série histórica iniciada em 2005. O que o senhor teria a dizer sobre isso?
Eduardo Paes - A capital foi a que mais cresceu no Brasil no ensino fundamental no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) (12%, entre os alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, enquanto o estado ficou em penúltimo colocado no ensino médio. Nós temos 650 mil alunos na rede municipal, a maior da América Latina. São 1600 escolas, 54 mil profissionais de educação. Seria uma ofensa a esses professores (acusar de maquiagem o resultado do Ideb), que ensinam nossas crianças, muitas vezes em condições muito difíceis. Essa vitória não é minha, é do timaço comandado por um craque como o secretário (municipal de educação) Renan Ferreirinha, são professores excepcionais. A gente treina, anima o time e dá as condições. Mas são os professores têm que ser saudados. Temos também tutores responsáveis por acompanhar o desenvolvimento das escolas, que estão o tempo todo avaliando, identificando problemas de abandono, indo à casa das crianças, para diminuir a evasão escolar, orientando o diretor, cobrando a climatização das salas. Desde meu primeiro mandato, nada é feito de improviso.
Outra proposta sua é criar dois novos Super Centros Cariocas de Saúde, um na Zona Oeste e outro na Zona Norte. Como eles vão funcionar?
Eduardo Paes - A gente investe 23% na Saúde, quando o mínimo constitucional é 15%. Tenho um super secretário, Daniel Soranz. Municipalizamos três hospitais estaduais na Zona Oeste, Albert Schweitzer (em Realengo), Rocha Faria (Em Campo Grande) e Pedro II (em Santa Cruz) e fizemos o Hospital da Mulher em Bangu. Pegamos a rede desmontada e recuperamos . A ideia de criar dois novos Centros Cariocas de Saúde, na Zona Norte e na Zona Sul, é acelerar ainda mais o tempo de espera do Sistema de Regulação (Sisreg) e diminuir o tempo de deslocamento da população. Com centros de saúde da família, equipamentos muito modernos, muito qualificados e que dão dignidade às pessoas.
Muitos candidatos, inclusive o senhor, têm falado sobre armar a Guarda Municipal. Como resolver o problema da segurança pública do Rio?
Eduardo Paes - O sistema de segurança pública é feito pela Polícia Civil e Polícia Militar. O município tem o trabalho de forma complementar, iluminar as vias com LED, combater a venda de mercadorias roubadas. A guarda municipal faz o controle da ordem pública, do patrimônio do município. Estamos vendo no estado um caos, um desmando, uma incapacidade de gerir. A gente quer trabalhar sempre junto, integrado. A gente vê todo dia o secretário de Ordem Pública, delegado Brenno Carnevale, fazendo demolição da milícia, do tráfico de drogas. Criamos a central Civitas no Centro de Operações (COR), com quase mil câmeras, integradíssimo com a polícia. Mas o criminoso está com a certeza de que nada vai acontecer com ele. A autoridade está sem autoridade. É preciso demonstrar trabalho, competência, política pública. Mesmo que a Guarda Municipal venha a ser armada, essa é uma tarefa que demanda um enfrentamento mais duro. As áreas dominadas pelo crime organizado eram as comunidades, hoje estão no Recreio dos Bandeirantes, no Pontal Tim Maia. Cadê a autoridade? O bandido percebe. Por isso essas loucuras que a gente vê aí.
O senhor diz que se for reeleito vai iniciar a transição do sistema BRT de rodas para um sistema leve de trilhos, como o VLT. Também se reclama da falta de climatização nos ônibus. Quais os demais projetos do senhor para o setor de transportes? Como vai funcionar o cartão Jaé?
Eduardo Paes - O Jaé é a caixa preta das empresas de ônibus, a bilhetagem de todos os passageiros ficará nesse sistema. Antes, ficava no RioCard, gerido pelos donos das empresas de ônibus. Tiramos deles isso. A prefeitura ganhou o direito de fazer sua bilhetagem. A gente quer fazer isso com muito critério. O estado vai continuar com as empresas de ônibus (por meio do RioCard), mas a gente precisa integrar (com os ônibus intermunicipais. Temos um plano sereno, cuidadoso, para que essa caixa preta possa ser aberta. Sobre o ar condicionado, saímos da situação de 20% (da frota climatizada) para perto de 85 % dos ônibus com ar. As empresas de ônibus estavam quebradas, retomamos 200 linhas. Hoje, a prefeitura subsidia, mas só recebe subsídio completo quem tiver a frota climatizada. Estamos avançando para 100%.