Por thiago.antunes

Rio - Uma UPP que não será mais UPP, prometeu ontem o candidato Anthony Garotinho (PR) na sabatina promovida pelo SBT e pelo jornal 'Folha de S.Paulo'. Embora tenha dito que não vai acabar com o programa vitrine da dupla Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão (PMDB), suas ideias mudam a política praticada hoje pelo governo. Para começar, disse ele, “não vai haver aviso prévio” para que “bandido fuja” e, sim, “investigação e, depois, prisão”. Depois, prometeu, será o fim das “unidades de latão”, ao se referir aos contêineres usados como base pelos PMs. “Vamos construir Batalhões de Defesa Social”.

À vontade e falante diante dos jornalistas, Garotinho afirmou que vai acabar com a Secretaria de Segurança Pública, substituindo-a por uma nova, que se chamará Secretaria de Defesa Social, que, segundo disse, terá uma visão “humanista”. “Quero um secretário que não tenha uma visão policialesca”, completou. Ele prometeu ainda reduzir de 19% para 2% o ICMS cobrado das empresas que se instalarem nas comunidades carentes.

Álvaro Lins, seu ex-chefe da Polícia Civil, condenado a 28 anos de prisão por envolvimento em esquema de corrupção de máquinas caça-níqueis, foi o único tema que o constrangeu. Afirmou, contudo, que não o trataria como “um leproso” se o encontrasse na rua e colocou-se como perseguido das grandes corporações empresariais. 

Depois de participar de sabatina%2C Anthony Garotinho foi à farmácia popular do Méier e caminhou pelas ruas do bairro acompanhado da candidata ao Senado Liliam Sá%2C do ProsDivulgação

Comunicador profissional, ele reclamou quando o assessor de imprensa quis encerrar a entrevista após o término da sabatina, tentando apressá-lo para o resto dos compromissos de campanha. “Eles (os repórteres) nunca querem me ouvir e quando eu posso falar você quer me tirar?”, disse, permanecendo ainda por mais 10 minutos.

Aproveitou o tempo para afirmar que investigará, se eleito, o ex-governador Cabral e o atual, Pezão, seu concorrente na disputa pelo governo do estado, e que, para isso, pedirá auxílio à Polícia Federal e ao Ministério Público. “Não deixarei passar nenhuma denúncia de corrupção”, ameaçou. Procurado, Pezão, via assessoria, afirmou que não iria comentar as declarações de Garotinho.

Ele também garantiu que vai cancelar a concessão do Maracanã à administração privada e prometeu rever todos os contratos das concessionárias. “Poderei cancelar contrato ou pedir o retorno do investimento. Quero ver também os reajustes das tarifas”, disse, referindo-se à SuperVia e ao Metrô Rio, que, segundo ele, foram beneficiados com a renovação dos contratos.

Dilma irá a restaurante popular

Depois de espernear e até liberar seus partidários a votar em quem quisessem para presidente da República, Anthony Garotinho (PR) conseguiu o que queria: um pouco mais de atenção da presidenta Dilma Rousseff (PT). No encontro com jornalistas ontem, ele disse que a campanha de reeleição da presidenta o procurou, querendo visitar um restaurante popular. Ao todo, são 16.

“Me ofereceram dois dias: 15 ou 18 de agosto”, relatou o candidato, que, segundo contou, preferiu a primeira data, uma sexta-feira. “Ela virá para visitar um dos restaurantes que criei. Mostrei à presidenta o quão importante é este tipo de política pública. Quem sabe Dilma não reproduz a ideia em todo o país”, gabou-se.

Depois de Luiz Fernando Pezão (PMDB), Garotinho é o primeiro dos candidatos da base aliada concorrendo ao Palácio Guanabara, que terá agenda comum com a presidenta. Em um mês, Pezão apareceu duas vezes ao lado de Dilma. A campanha da petista não confirmou, entretanto, a visita dela ao Rio. Informou apenas que sua agenda só vai até o dia 12 de agosto, sem viagem ao estado. Lindberg Farias, do PT, e Marcelo Crivella (PRB), seu ex-ministro, ainda estão só na vontade de um ato comum.

Lindberg e Pezão vão à Baixada

Na busca dos corações e, principalmente, os votos do segundo maior colégio eleitoral do Estado do Rio, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) garantiu que, no período de um mandato, vai asfaltar todas as ruas da Baixada Fluminense. Mais ainda: que, em dois anos, nenhuma residência da região sofrerá com falta d’água.

O governador esteve ontem em Rodilândia, bairro de Nova Iguaçu beneficiado com o programa Bairro Novo — de asfaltamento — mas que sofre com as torneiras vazias. “Aqui não se andava. Era lama para todo lado. As pessoas tinham que sair com saco plástico no pé. Só em Nova Iguaçu foram 33 bairros atendidos”, listou Pezão aos moradores que o acompanharam.

Na cidade vizinha,o petista Lindberg Farias prometia melhorar o sistema de abastecimento de água. “Com R$ 500 milhões dá para resolver o problema de abastecimento na Baixada Fluminense”, dizia o candidato aos moradores de Parada Morabi, em Duque de Caxias. Em Duque de Caxias, que tem o segundo maior PIB do Rio, dez bairros não são atendidos pela companhia, afirmou o petista.

Lindberg destacou que é preciso derrubar o que chamou de “muro que separa o Rio do cartão postal do Rio onde moram as pessoas que mais precisam”. “Dos 24 reservatórios da Baixada, apenas sete funcionam. O governo atual não fez o essencial para resolver o problema. Com isso, 30% das pessoas sofrem com a falta d’água”, destacou o candidato do PT, que também falou de Segurança Pública, outra reclamação recorrente da população.

Você pode gostar