Rio - Não teve descanso. Faltando menos de um mês para o primeiro turno, os candidatos ao Palácio Guanabara aproveitaram o domingo de sol para suar a camisa atrás de votos. A Zona Oeste e a Baixada foram os locais escolhidos pelos quatro políticos que lideram a disputa. Em busca da simpatia do eleitorado, chegaram até a jogar bola sob o sol escaldante de meio-dia.
Em campanha na Cidade de Deus, Lindberg Farias (PT) mostrou habilidade de dar inveja em Romário Farias (PSB). Fez embaixadinhas e driblou, como o antigo camisa 11, questões delicadas que envolvem o apoio da presidenciável Marina Silva (PSB) à sua candidatura. Cauteloso, alegou que ainda tem “muita água para rolar” quando perguntado sobre quem apoiaria num eventual segundo turno entre Marina e sua correligionária Dilma Rousseff.
O petista disse acreditar que o novo cenário eleitoral, após a morte de Eduardo Campos, desfavorece seu concorrente Luiz Fernando Pezão (PMDB) e se mostrou empolgado com a possibilidade de Marina subir em seu palanque “Claro que (o apoio de Marina) ajuda. Quem perdeu muito no Rio com a subida da Marina foi o movimento Aezão — que pede votos para o presidenciável Aécio Neves (PSDB) e Pezão —, porque o PMDB abraçou o Aécio, e o movimento afundou.”
Já há algum tempo, interlocutores de Lindberg evidenciam um descontentamento do candidato com Dilma, pelo fato de a presidenta apoiar também os outros três candidatos que lideram as pesquisas para o Palácio Guanabara. As numerosas alianças de Dilma foram mencionadas por Lindberg ao ser perguntado sobre como ela veria um palanque formado por Marina e ele.
“A Dilma vai entender. Ela tem quatro palanques ao governo aqui. Esse acerto do PSB comigo aqui no Rio vem desde antes. Foi o Eduardo Campos quem costurou isso.” Lindberg percorreu a Cidade de Deus ao lado de Romário, candidato ao Senado, e prometeu levar programas sociais para as comunidades com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
O candidato do PRB, Marcelo Crivella, esteve nas feiras livres de Queimados e também em Belford Roxo e Nilópolis. Cumprimentou eleitores e falou em solucionar a questão do abastecimento de água na região. “O problema da Baixada é que a água não está nos encanamentos, e sim no carro-pipa. Quando a água fica armazenada no carro-pipa, quem entra pelo cano é o povo”, disse.
Já Anthony Garotinho (PR) fez carreata em Nilópolis de manhã. À tarde, nos conjuntos residenciais da Estrada de Madureira, em Nova Iguaçu, discursou e criticou o governo atual. “As ruas aqui estão cheias de buraco, ninguém consegue passar por elas. Sérgio Cabral e Pezão não olharam pelo povo da Baixada Fluminense. Assim como as próprias prefeituras, que descuidam da infraestrutura”, atacou.