Por paloma.savedra

Rio - Durante comício de campanha realizado nesta manhã na Rocinha, na Zona Sul do Rio, o governador Luiz Fernando Pezão afirmou que, se o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) recomendar o auxílio da Força Nacional na segurança da campanha eleitoral, ele pedirá o reforço ao Ministério da Justiça.

Na noite desta segunda-feira, o TRE-RJ divulgou um relatório da Secretaria de Segurança Pública do Rio, com um mapeamento das áreas perigosas da cidade e onde candidatos do Rio estariam sendo impedidos de fazer campanha. O documento criou um alarde sobre a questão da segurança na cidade e o tribunal decidirá se fará essa recomendação. 

"O Beltrame acha que o estado tem condições de garantir as eleições. Mas se ele sentir que precisa de reforço da Força Nacional, vai ser como em outros anos, quando a gente teve que pedir apoio da tropa federal. Já tivemos várias parcerias, não temos problemas nenhum com isso. Se o TRE fizer esse pedido, que necessita da Força Nacional, a gente pede", declarou Pezão.

Horas antes da sua chegada à Rocinha, a comunidade vivia momentos de tensão, com um confronto entre policiais e bandidos. No entanto, desde o início de seu ato de campanha, Pezão andou por becos e vielas da comunidade e declarou não ter ficado apreensivo: "Entro em comunidades desde fevereiro de 2007, inclusive nas que têm a presença do tráfico. Estive no Complexo do Alemão há 10 dias atrás. Eu sei a diferença com o tráfico e sem ele", disse.

"Se o TRE fizer esse pedido%2C que necessita das Forças Armadas%2C a gente pede"%2C declarou PezãoSeverino Silva / Agência O Dia

Candidatos impedidos de fazer campanha em 41 comunidades

De acordo com o TRE, um relatório enviado pela Secretaria de Segurança do Rio informa, por meio de um mapeamento, que os candidatos do Rio estariam sendo impedidos de fazer campanha em 41 comunidades no estado, sendo 16 delas dominadas por milícias e outras 15 pelo tráfico e associações de moradores ligadas a criminosos.

O documento foi apresentado ao TRE pelo desembargador Fábio Uchôa na noite desta segunda-feira. Para o magistrado, a corte deve intervir e pedir reforço na segurança com apoio das Forças Federais. Já o presidente do Tribunal, desembargador Bernardo Garcez, afirmou que o pedido deve ser feito pelo governador e adiou para a próxima semana a votação da proposta.

“Eu fiquei realmente alarmado com o relatório. O momento é muito grave. A cidade e as imediações estão dominadas pelo crime. O estado não terá condições de colocar segurança em cada uma dessas áreas”, disse o desembargador. 

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