Por bianca.lobianco

Rio - Abner, Agrimário, Alevirte, Dagmeyri e Genobre; Alonsimar, Cleiodiomar e Evangivaldo; Jaderlênio, Jubdervan e Jokleyne. Este é apenas um dos muitos times de candidatos a deputado que podem ser formados entre os 2.966 que estão em campanha no Estado do Rio.

Para quem ansiava por novos nomes na política brasileira, tão criticada nos últimos meses, exemplos não faltam. E enganam-se os que pensam que estão no jogo apenas para fazer cena e colocar a carinha na televisão no horário eleitoral gratuito.

Desireé Rogério é candidato a deputado estadual e têm chamado a atenção pelo nome curioso João Laet / Agência O Dia

É o caso do compositor e produtor cultural Bil-Rait Queiroga Junior, o Buchecha, que disputará uma vaga na Assembleia Legislativa pelo hoje nanico Partido Comunista Brasileiro, o PCB. Ele sabe que as chances de ser eleito são mínimas, mas não quer deixar passar a chance de dar o seu recado.

“Faço parte de um partido que foi dizimado, mas cujas bandeiras históricas foram lembradas no ano passado. E queremos aproveitar as eleições para discutir estas bandeiras com os trabalhadores, mostrar que uma outra política é possível”, diz Bil-Rait, que carrega consigo os ideais revolucionários de Karl Marx, Lênin, Che Guevara e Fidel Castro.

Na mesma urna onde estará o nome de Bil-Rait, também constará o de Desirée Rogério de Carvalho, mecânico eletricista de Realengo conhecido por se vestir todos os dias, dos pés à cabeça, com as cores do Fluminense.

Diferentemente do rubronegro Bil-Rait, Desirée não tem nenhuma formação política. Se autodefine, inclusive, como um avesso à política tradicional. E diz que decidiu se candidatar pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS) para “ajudar os outros”.

“Não quero um real. Quero apenas ter um mandato para poder ajudar quem precisa. Sem mandato eu já arrumo vaga em hospital, com mandato eu quero acabar com as filas na saúde pública”, sonha o mecânico.

Mãe de Desirée fez uma homenagem a maestro

Figura folclórica do Maracanã, Desirée Rogério anda com as unhas pintadas de verde, vermelho e branco, bandeira, cartola, ursinho de pelúcia e sombrinha. “Não tenho nada contra, mas não sou pederasta”, brinca o mecânico que chegou ao ponto de implantar dentes nas cores do Fluminense para mostrar seu fanatismo.

A origem do nome, conta o candidato, se deve a uma viagem que seus pais, músicos de uma orquestra, fizeram a Paris há 63 anos.

“Eles tocaram com um maestro que se chamava Desirée Roger (Rogê) de Chevalier. Aí, virei Desirée Rogério de Carvalho, que já era o sobrenome da família mesmo”, brinca.

Bil-Rait é um nome de guerra

Artista multifacetado, que atua como cantor, DJ, compositor, músico e produtor, Bil-Rait é, de fato, um nome de guerra. Ele próprio faz questão de contar, também com muito bom humor, a origem do nome.
“Meu avô lutou na Segunda Guerra ao lado de um americano, William, e acho que Wright. E todo William tem apelido de Bill. Eles ficaram amigos. Quando a guerra acabou, ele viria morar no Brasil, mas acabou morrendo um dia antes da viagem, tomando banho num riacho. Meu avô, então, decidiu que homenagear meu pai, que virou Bil-Rait”, diz Bil-Rait Queiroga Junior, 37 anos.

Na urna, além do nome, estará o apelido, Buchecha, que nada tem a ver com o funkeiro que fez muito sucesso nos anos 1990, mas com o tempo em que era ritmista do Salgueiro.
“Toquei muito anos lá, sob o comando do Mestre Louro. Me colocaram este apelido, que pegou e eu uso até hoje”, explica Bil-Rait Buchecha.

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