Por bferreira

Rio - Pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra a presidenta Dilma Rousseff, do PT, na frente na disputa pelo Palácio do Planalto com 39% das intenções de voto, seguida por Marina Silva (PSB), que tem 31%, e o tucano Aécio Neves, com 15%. Apesar de ter ampliado a vantagem em relação a Marina, a rejeição da presidenta aumentou de 31% para 42%, dado que preocupa o comando da campanha da petista.

Dilma amplia vantagem m pesquisa, mas rejeição chega a 42%Divulgação

O levantamento foi realizado entre os dias 5 e 8 de setembro, mas só divulgado ontem. Os índices de rejeição de Aécio e Marina também subiram muito. O ex-governador de Minas apresentou rejeição de 35% dos eleitores, que não votariam no tucano em nenhuma hipótese, enquanto o índice de Marina é de 26%.

“Esse aumento da rejeição de todos os candidatos é fruto do ataque triplo promovido entre eles: todo mundo batendo em todo mundo”, resumiu o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro. Com essa taxa de rejeição, Dilma sai em desvantagem no segundo turno das eleições. “Intenção de voto flutua, muda. Mas rejeição é muito difícil mudar. É algo que está encruado nas pessoas. E isso é muito ruim para a Dilma no segundo turno”, observou.

Para o cientista político Geraldo Tadeu, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), o cenário também é fruto da polarização da eleição, com os ataques mútuos entre os candidatos. “O acirramento do enfrentamento, muitas vezes levado para o lado pessoal, acaba aumentando a rejeição dos candidatos”, afirmou.

Assim como Montenegro, Tadeu também avaliou que a candidatura de Dilma fica mais frágil no segundo turno, diante do índice de 42% de rejeição. “Tem um contingente grande de pessoas que não vota na Dilma de jeito nenhum. Se pensarmos que ela precisará de, pelo menos, 50% dos votos para se eleger, a margem para ela crescer é muito pequena. A Marina sai em vantagem”, argumentou. “Rejeição é algo que o candidato carrega por mais tempo do que o período eleitoral”, afirmou.

Pela pesquisa, em um eventual segundo turno, Marina e Dilma aparecem tecnicamente empatadas com 42% dos votos para a presidenta e 43% para a candidata do PSB. Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou menos, nesta pesquisa, Dilma não está empatada tecnicamente com Marina no primeiro turno.

A última pesquisa CNI/Ibope foi realizada em junho, ainda com o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB). Campos morreu em um desastre aéreo no dia 13 de agosto. A vice Marina foi indicada para a cabeça de chapa. No cenário com Campos, Dilma tinha 39% das intenções de votos, Aécio 21% e o ex-governador 10%.

O Ibope ouviu 2002 eleitores em 144 municípios do país. A pesquisa foi registrada no TSE com o número BR-00593/2014.

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