Brasília - O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na operação Lava Jato, informou a investigadores a existência de propina na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. O delator, segundo reportagem do ‘Jornal Nacional’, da TV Globo, teria recebido R$ 1,5 milhão com a negociação.
Ontem, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou pedido feito pela presidenta Dilma Rousseff para ter acesso à delação premiada feita por Paulo Roberto em depoimento à Polícia Federal. O ex-diretor da estatal teria fornecido à PF lista com mais de 60 políticos beneficiados com propinas. Janot afirmou que a lei que regula a delação determina sigilo no depoimento.
Costa foi convocado para depor na sessão da CPI mista da Petrobras, na última quarta-feira, em Brasília, para onde viajou de Curitiba escoltado por agentes da Polícia Federal, mas não respondeu a nenhuma pergunta. “Eu me reservo o direito de ficar calado”, disse o ex-diretor ao chegar à sala da comissão.
Costa foi preso em março com a deflagração da operação Lava Jato da Polícia Federal que também prendeu o doleiro Alberto Youssef, apontado como figura chave no esquema montado na estatal. Há suspeitas de que Costa tenha destruído provas de seu envolvimento no caso. Para tentar reduzir a pena em uma possível condenação, ele decidiu em meados de agosto auxiliar nas investigações, por meio de um acordo com o Ministério Público Federal para delação premiada.
Segundo juristas, as denúncias feitas por ele ainda precisarão ser investigadas pelo Ministério Público e a Polícia Federal e comprovadas, para só então o juiz decidir se serão consideradas.