Por thiago.antunes

Rio - Em sabatina ao jornal O Globo, nesta sexta-feira, o governador e candidato à reeleição Luiz Fernando Pezão (PMDB) admitiu, pela primeira vez nesta campanha eleitoral, que o modêlo de segurança adotado com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) sofreu um “abalo”, depois que o pedreiro Amarildo foi morto, na Rocinha, por policiais da própria unidade pacificadora da região.

O governador, porém, voltou a afirmar que a formação dos policiais para a UPPs era voltada para a guerra, antes de seu governo com Sérgio Cabral. “As UPPs sofreram um abalo sim, não tem como a gente tapar o sol com a peneira. Mas 99% dos policiais foram pessoas preparadas para a guerra. Nós não podemos julgar a PM só pelos maus exemplos. Acho que temos grandes exemplos”, declarou.

Mesmo admitindo o tropeço das UPPs, Pezão defendeu que a formação dos policiais obteve avanços nos sete anos e meio da administração com Sérgio Cabral,segundo ele, “fruto de uma mudança cultural focada no respeito aos direitos humanos e à aproximação da população.” 

O governador e candidato à reeleição%2C Luiz Fernando Pezão%2C quer o policial das UPPs sem armas letaisDivulgação

“A formação desse policial não é mais para a guerra e, sim, para que ele seja um policial de aproximação com as comunidades. Não é um policial do confronto. A gente quer que cada vez ele não tenha mais armas ali para matar, que ele use armas não letais. A gente quer investir cada vez mais em um policial que se aproxime da população, sabendo que não é fácil lutar contra a milícia e o tráfico de drogas”, afirmou.

Pezão também disse que investe atualmente na preparação dos instrutores dos policiais que, segundo ele, ganham mais que um professor da UFRJ. Questionado sobre o caso de superfaturamento na compra de ambulâncias em sua gestão na Prefeitura de Piraí, em que foi condenado pela Justiça mas recorreu, o governador declarou ser “ficha limpa”.

“Eu comprei as ambulâncias. Todas foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado em uma pesquisa com quatro grandes revistas e órgãos de pesquisas. Todas as minhas contas ficaram 10%, 13% mais baratas. Fui para o Tribunal de Contas e me defendi. Uma fórmula do Tribunal de Contas estava errada. Todas as compras foram arquivadas”, justificou.

O governador declarou que foi “surpreendido”, quando perguntado sobre o recente escdândalo envolvendo o deputado Rodrigo Betlhem (PMDB), que já participou de seu governo com Sérgio Cabral e foi o secretário municipal de Assistência Social, de Eduardo Paes. “Foi uma pessoa que eu já convivi. Foi um abalo para mim. Foi apurado e não teve nenhum problema”, disse ao Globo.

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