Rio - Defensora da chamada ‘nova política’, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, gravou mensagens para o horário eleitoral do deputado Paulo Bornhausen, ex-DEM e filho do ex-governador Jorge Bornhausen. Filiado ao PSB desde 2013, Paulinho, como é conhecido, ganhou a adesão de Marina, que tem sido uma crítica contumaz de famílias tradicionais de políticos.
“O Paulo Bornhausen é um deputado federal atuante. Uma pessoa ligada aos anseios da sociedade”, enalteceu a presidenciável no programa eleitoral, ao destacar a “atuação decisiva” do deputado na aprovação da Lei da Ficha Limpa. Ontem, ao lado Beto Albuquerque, Borhausen fez campanha em Chapecó, no oeste de Santa Catarina. "Ele é um jovem empreendedor, um cara de ficha limpa", afirmou Albuquerque ontem ao lado de Paulinho.
O pai de Paulo, Jorge Borhausen, foi um dos governadores do estado nomeados durante a ditadura militar por integrar os quadros da Arena, partido criado para abrigar os militares e seus signatários durante o regime de exceção. Depois, a partir de 1975, a família Borhausen migrou para o PFL. Entre os expoentes do PFL, ao longo de sua história figuraram políticos como o ex-vice-presidente Marco Maciel (PE), Antônio Carlos Magalhães (BA), o ex-governador do DF José Roberto Arruda, e os prefeitos do Rio, César Maia, e de São Paulo, Gilberto Kassab. Os Borhausen também ficaram conhecidos por seus embates com o ex-presidente Lula. Na última campanha em 2010, ao criticar os políticos da família, Lula chegou a dizer que era preciso "extirpar o DEM da política".
Em 2013, a convite de Eduardo Campos, Jorge e Paulo Bornhausen se filiaram ao PSB. Questionado sobre a coerência da aliança, a justificativa de Beto Albuquerque é semelhante a que Marina Silva tem usado. "Há pessoas boas e decentes em todos os partidos. E há pessoas ruins em todos os partidos. Um governo que pensa a nova política pensa em governar com os bons. O governo atual decidiu escolher os maus, os ruins né? Porque tem pedido a mão para beijar do Renan, do Collor, do Maluf pessoas que cá entre nós já deram o que tinham que dar", afirmou Albuquerque.
O socialista disse que ainda que "a nova política não é só dizer quem é de esquerda e quem é de direita". E completou ressaltando que não há o "partido único da decência" :"A nova política é você fazer acordo com gente que tem personalidade, tem história, tem trajetória limpa e dar a essas pessoas a possibilidade de governar" finalizou. Ao discursar, Paulo Borhausen contou que, ao ser convidado para integrar o PSB, Eduardo Campos disse a ele que os dois justificariam a união pela urgência do momento. "Nos grandes momentos de mudança do Brasil os homens e as mulheres de bem se juntam para fazer as grandes modificações", afirmou Borhausen.
Marina Silva acusa PT de ‘marketing selvagem’ contra ela
A presidenciável Marina Silva (PSB) acusou os petistas de promoverem um “marketing selvagem” contra a candidatura dela na campanha eleitoral. Falando para um público católico ontem, em Brasília, Marina pediu discernimento aos eleitores. “Estão dizendo aí que vou acabar com tudo e que vou acabar com o resto. Para vocês que são religiosos, peço a Deus que os brasileiros tenham discernimento. Não dá para acreditar que uma pessoa acabar com o Fies, o Pronatec, o Bolsa Família, o 13º salário, as férias, que possa privatizar a Caixa Econômica e o Banco do Brasil”, afirmou a candidata.
Marina também comentou o erro cometido pelo IBGE na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), tratado pela presidenta Dilma Rousseff (PT) como ‘banal’.
“Lamento que a má gestão esteja prejudicando instituições que são tão respeitadas pela sociedade, como é o caso do IBGE.”
Mais cedo, a candidata participou de um evento com ciclistas, em comemoração do Dia Mundial sem carro. Ela se comprometeu a isentar os impostos para a produção de bicicletas e a estimular os transportes alternativos, caso seja eleita. Ironicamente, a candidata chegou de táxi. “Todo mundo sabe que não sei andar de bicicleta, mas admiro muito quem faz isso”, justificou.
Marina: ‘carapanã’ contra o ‘zangão’
Os ataques entre os presidenciáveis Dilma Rousseff, do PT, e Marina Silva, do PSB, chegaram às redes sociais. Um vídeo mostra a candidata do PSB à Presidência discursando sobre a desigualdade de condições no embate político no horário eleitoral gratuito. Lembrando que detém pouco mais de dois minutos contra 11 minutos da petista, Marina Silva se comparou a um carapanã, um frágil mosquito, enquanto que a petista seria um mangangá, um zangão “desse tamanho”.
“Vocês já sabem quem é o carapanã. Sou eu”, disse Marina, para disparar: “Quem é o mangangá?”, perguntou à plateia. “Fortinho...”, disse entre risos, sem nominar a presidente.
A resposta veio num post intitulado “A máscara que cai”, no qual a campanha petista classifica a comparação como “indelicadamente jocosa” e ironiza ao final a fala da ex-senadora do PT.
“Nosso coração valente, Dilma poderia, sim, ser um mangangá, robusta abelha responsável por construir, defender e alimentar o ninho. Já o mosquito...”