Rio - Segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, evitou ontem dizer se irá buscar o apoio do presidenciável Aécio Neves, em um eventual segundo turno contra a presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT).
“Segundo turno a gente discute no segundo turno”, desconversou Marina, no início da noite de ontem, em Juiz de Fora (MG). Pela manhã, Marina se reuniu com cerca de 300 líderes evangélicos, em São Paulo. Os pastores declararam apoio à candidatura de Marina, a qual consideram um “projeto de Deus”, que carrega o “ideário cristão”. Em seu discurso de uma hora, Marina defendeu o estado laico, comparou a perseguição a Cristo pelo exército romano à situação da eleição e disse que Deus também ama Dilma Rousseff e Aécio Neves.
Também pela manhã, a presidenta Dilma se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para traçar as estratégias da última semana de campanha. A ideia é continuar com os ataques à candidatura de Marina Silva. À tarde, a presidenta disse que o Brasil está pronto para discutir a regulação econômica dos meios de comunicação. Em conversa com blogueiros favoráveis ao governo, realizada no Palácio da Alvorada, ela prometeu que o tema será mais debatido durante o segundo turno.
“As pessoas demandam isso. Todo mundo percebe que há um setor que, como qualquer outro, tem que ser regulado, como portos, setor elétrico”. Segundo ela, há “grande concentração” entre as empresas de comunicação, mas a proposta não significa que o governo irá interferir no conteúdo veiculado pela mídia. “Isso é coisa de país ditatorial. A regulação é para evitar a formação de oligopólios que inviabilizam o potencial cultural do país”
Em São Paulo, Aécio Neves fez duras críticas à presidenta Dilma Rousseff e ao PT. O tucano disse que o governo Dilma tem “absoluto desprezo pela ética” e “complacência com a corrupção”. Ele também voltou a acusar Dilma de ter feito campanha eleitoral na ONU, durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, nos Estados Unidos.
Fotógrafo é espancado
O fotógrafo da agência de notícias Associated Press (AP) André Penner foi espancado por seguranças durante agenda de campanha de Aécio Neves, em Taboão da Serra (SP). O candidato fazia caminhada, acompanhado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e por candidatos a deputado estadual e federal.
Após a passagem de Aécio por um comércio, o fotógrafo foi agredido com socos e pontapés por três seguranças. Ele chegou a cair no chão e teve a cabeça pressionada contra um veículo que estava estacionado. A sessão de agressões só parou quando jornalistas e fotógrafos apartaram a confusão, mas a câmera de Penner desapareceu na confusão.
“Fui agredido, espancado pelos seguranças da campanha”, relatou Penner ao jornal ‘Folha de São Paulo’. Segundo ele, os seguranças acompanhavam a candidata a deputada Analice Fernandes (PSDB), esposa do prefeito de Taboão da Serra. Aécio já tinha deixado o local e não viu o momento da confusão.
Em nota, a coligação de Aécio repudiou o incidente e informou que a segurança do presidenciável é feita pela Polícia Federal, e que seguranças não foram contratados para a caminhada.
“A coligação se solidariza com o repórter fotográfico da AP André Penner. Se solidariza igualmente com o editor de imagens da campanha, Guilherme Fazan, também agredido durante o evento”, diz o texto.
Reportagem Leandro Resende