Por cadu.bruno

Rio - O humor dos candidatos à presidência depois do último debate antes do primeiro turno das eleições variou de acordo com o que mostram as mais recentes pesquisas de intenção de votos divulgadas horas antes do derradeiro encontro. Em queda nas pesquisas e já ameaçada por Aécio Neves na vaga para o segundo turno, a candidata do PSB, Marina Silva, demonstava cansaço e preocupação. De olho no eleitorado popular a dois dias das eleições, ela apresentou durante o debate a proposta de fornecer um 13º salário para os beneficiários do Bolsa Família. Questionada sobre o assunto, porém, ela disse que a ideia era antiga.

GALERIA: Presidenciáveis participam do último debate antes do primeiro turno

"Estávamos estudando desde que Eduardo (Campos) era vivo o lançamento dessa proposta. Ele, inclusive, ia apresentar isso na última entrevista que deu no Jornal Nacional, mas preferiu que fizéssemos os cálculos adequadamente para ver se havia capacidade de suporte. Terminamos esses cálculos e é perfeitamente possível", defendeu Marina.

Debate foi marcado por uma 'chuva' de alfinetadas%2C ânimos exaltados e até risos entre os candidatos, como Dilma Rousseff e Marina SilvaEfe

Ela ainda fez críticas ao fato de quase quatro milhões de pessoas que ainda vivem em situação de miséria não estarem incluídos no programa. Marina ressaltou a "guerra desigual" devido a diferença de tempo na televisão e, mesmo assim, apresentou um programa que "trata das questões mais importantes para o país no que concerne no problema do crescimento econômico que hoje é pífio".

Em alta com 40% da preferência do eleitorado, a presidenta Dilma Rousseff aparentava cansaço e falta de voz, mas também deixou transparecer o seu bom momento na disputa ao brincar com o tempo de duração da entrevista coletiva. A petista subiu no palco, olhou o relógio de seu pulso e fez questão de lembrar que era tarde ao dizer "boa madrugada para vocês."

Questionada sobre a proposta apresentada por Marina Silva (PSB) de fornecer um 13º salário para os beneficiários do Bolsa Família, Dilma disse que eu o programa é complexo. "Acredito que para que se fazer política com responsabilidade e seriedade tem que se conhecer as bases que fundamentam. O Bolsa Família não é um programa simples. É um programa que criou uma tecnologia social", afirmou.

Em seguida, foi lembrada pelos organizadores do debate que faltava um minuto para o fim da entrevista e riu. "Ah, isso aí está virando uma febre. Qualquer dia vou chegar em casa e minha filha vai perguntar: 'como você está?' 30 segundos para responder. Tá ficando complicado", completou Dilma, ao arrancar gargalhadas da plateia. Na tentativa de continuar sua resposta, ela foi novamente interrompida e, obrigada a encerrar a entrevista, deixou o palco rindo. "Vocês se cuidem. Vão chegar em casa olhar para o marido e falar dois minutos para o beijo", alfinetou a petista.

Aécio Neves (PSDB) também demonstrava a alegria com a possibilidade de conseguir chegar ao segundo turno. Em situação de empate técnico com Marina Silva (PSB), o tucano até riu ao responder que as pesquisas divulgadas na quinta-feira mostram uma "pequena chance de ele não estar no segundo turno".

"Essa possibilidade pequena a que você se refere é música para os meus ouvidos depois do que nós andamos passando por aí", disse Aécio, sorrindo. Questionado se pretende concorrer em 2018, caso não seja eleito, ele disse que é cedo para falar do assunto."Eu não penso em nova eleição. Eu penso nessa eleição. Olha essa eleição para mim foi um aprendizado", completou ele.

Sem citar Marina, Aécio fez nova oposição entre a sua candidatura e a da ambientalista. "Ninguém vai fazer o Brasil crescer e resgatar a credibilidade perdida do país ou enfrentar a inflação solitariamente. Nós temos um projeto para o Brasil e um projeto que não foi construído no improviso. As pesquisas apontam na possibilidade concreta e cada vez maior de estarmos no segundo turno. A curva da nossa candidatura é ascendente. Jamais deixei de acreditar nisso", finalizou.

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