Por thiago.antunes

Rio - Posições políticas completamente diferentes separam os dois deputados mais votados no Rio de Janeiro nestas eleições. Para a Assembleia Legislativa (Alerj), o vitorioso é Marcelo Freixo, de um partido de esquerda, o Psol. Já o candidato com melhor desempenho para a Câmara Federal é Jair Bolsonaro (PP), representante da direita conservadora.

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Freixo se reelegeu para a Alerj com 350 mil votos, desbancando Wagner Montes (PSD), que teve 208 mil votos. Em 2010, o apresentador bateu recorde de votos: 528 mil. Para a Câmara, Bolsonaro quadriplicou sua votação em relação ao último pleito e obteve 464 mil votos. Atrás dele aparece Clarissa Garotinho (PR), que cumprirá sua primeira legislatura no Congresso, credenciada por mais de 335 mil votos.

Freixo comemorou entre militantes na Lapa a sua votação expressiva para o terceiro mandato na AlerjUanderson Fernandes / Agência O Dia

“Discordo do Bolsonaro em tudo. Até dormindo. Ele concentrou o voto do eleitorado conservador, mas não quer dizer que todos os que votam nele defendam a tortura e a ditadura, como ele faz”, disparou Freixo.
Bolsonaro vai para o sétimo mandato e promete continuar como a “voz da direita” no Congresso. “Vou seguir batendo de frente com as mentiras da esquerda. Quem está com o Freixo é quem acredita em Papai Noel e quer a anarquia”, atacou.

A renovação dos representantes do Rio no Congresso foi tímida. Dos 38 que tentaram a reeleição, apenas 10 não voltarão a Brasília. O PMDB continua sendo o maior partido do Rio na Câmara, com os mesmos oito parlamentares de 2010. O PT também repetiu o número de representantes e elegeu cinco deputados.

A surpresa foi o PRB que, impulsionado pela candidatura de Marcelo Crivella ao governo, conseguiu eleger dois deputados federais: Roberto Sales e Rosângela Gomes. Nanicos como o PSDC e o PRP elegeram um parlamentar cada. O PV, por sua vez, perdeu seu único parlamentar: Eurico Júnior. Já a Alerj contará com 27 rostos novos. No entanto, o número não representa necessariamente renovação. Entre os ‘calouros’, há parentes de ex-deputados e de prefeitos em exercício.

Rivalidades e caras novas

Arquiadversários na política, os ex-governadores Sérgio Cabral e Anthony Garotinho terão, nos próximos quatro anos, um embate, em Brasília, representado por seus filhos, Marco Antônio (PMDB) e Clarissa (PR). Novatos na Câmara dos Deputados, ambos figuram na lista dos dez mais votados para o cargo nestas eleições. Clarissa foi a vice-líder e o peemedebista ocupou a nona colocação.

Na lista dos primeiros colocados, além de figurinhas carimbadas como Chico Alencar (Psol), Leonardo Picciani e Pedro Paulo (PMDB), figura o novato Roberto Sales, do PRB, que teve mais de 124 mil votos. Jean Willys (Psol) foi reeleito com 11 vezes mais votos que em 2010. Ele saltou de 13 mil votos para 144 mil neste ano. Sua expressiva votação contribuiu para eleger seu companheiro de legenda, Cabo Daciolo, líder da greve dos bombeiros em 2011.

Algumas das caras novas da Alerj são rostos bem conhecidos do eleitorado fluminense. Ex-secretário municipal de Transportes do Rio, Osório (PMDB) foi eleito com 70 mil votos. Martha Rocha (PSD), ex-chefe da Polícia Civil, obteve 52 mil votos. A família Bolsonaro também foi bem nas urnas. Filho de Jair, Flávio teve mais de 160 mil votos e ajudou a eleger outros três deputados do PP. O escândalo envolvendo o ex-deputado federal Rodrigo Bethlem não atingiu a família: seu filho Jorge Felippe Neto (PSD), foi eleito com 32 mil votos.

Com reportagem de Leandro Resende

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