Por thiago.antunes

Rio - Nesta quinta-feira foi a vez do Rio na maratona de viagens promovida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em campanha por sua afilhada política, a presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). Lula escolheu São Gonçalo, o segundo maior colégio eleitoral do estado, para sua aparição e ao lado dos prefeitos do Rio, Eduardo Paes, e de Niterói, Rodrigo Neves, além dos petistas, o senador Lindberg Farias e da deputada Benedita da Silva desfilou em carro aberto pelas ruas de Alcântara. Ele manteve a ofensiva aos adversários e disparou que os tucanos “aprenderam que nós gostávamos de coisa de segunda”.

“Agora eles sabem que nós gostamos de andar de avião também. Eles aprenderam que nós gostávamos de coisa de segunda. Eles acham que a gente está no tempo que o povo trabalhador ia no açougue pra comprar dois pé de frango e carne de pescoço. A gente não quer mais pescoço nem pé. A gente quer respeito, quer coxa e carne de primeira qualidade”, afirmou Lula.

Em um discurso ressaltando os programas sociais do governo, o ex-presidente disse que Aécio Neves e o PSDB não perceberam que o “país mudou”. Lula voltou a citar a entrevista na qual o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que os votos do PT estavam entre “os mais desinformados”.

Ao lado do prefeito Eduardo Paes e da deputada Benedita da Silva%2C Lula fez campanha ontem para Dilma pelas ruas de São Gonçalo Maíra Coelho / Agência O Dia

“Eles (PSDB) não percebem que esse país mudou. O que ele (FHC) retratou, companheiros, é aquilo que acontecia antes de terminar o Império, que só podia votar quem tinha uma determinada quantidade de dinheiro. É isso que incomoda essa elite. E foi por isso que o Aécio foi tão agressivo com a Dilma”, declarou o ex-presidente, que arrematou; “Dilma não é candidata de banqueiro, nem do FMI, nem de especulador”.

Lula voltou a chamar Aécio de “filhinho de papai” e criticou a retirada da propaganda eleitoral com o vídeo que continha a acusação. “Ele (Aécio) ficou incomodado porque eu disse que ele era filhinho de papai. Mas foi uma grosseria [chamar Dilma de leviana] típica de filhinho de papai. Essa grosseria a gente vê nas casas das pessoas com as empregadas domésticas. Sou filho de mãe analfabeta e ela nunca deixaria que eu chamasse uma presidenta de leviana e mentirosa”, alfinetou Lula, para depois ironizar o fato de Aécio ter sido funcionário do gabinete do pai Aécio Cunha. Ao final, Lula lembrou que na segunda-feira completará 69 anos e pediu: “Me deem de presente a vitória da Dilma”.

Presidenciáveis se acusam por campanha agressiva

Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) acusaram um ao outro de pegarem pesado na campanha. A presidenta perguntou, ontem, em coletiva à imprensa, na Barra da Tijuca, se era correto chamarem de leviana “a presidenta da República, mulher, mãe e avó”. Já Aécio disse que campanha de Dilma é a de “mais baixo nível na história da redemocratização do país”, em coletiva nesta quinta-feira.

Aécio insinuou que a equipe de campanha de Dilma estaria enviando mensagens para beneficiários do Bolsa Família informando que, caso ele vença, o programa irá acabar. “Quem age de forma tão sórdida como essa não está preparado para a democracia e teme o resultado das eleições. A candidata é uma derrotada, independente do resultado eleitoral pela campanha que se permitiu fazer”, afirmou o tucano, ao lado de sua filha Gabriela.

Dilma afirmou que não sabia destas mensagens, mas que, “se foi feita por pessoas do governo, terá todo o interesse em saber quem está fazendo”. “Tenho escutado coisas que chegam para mim, que dizem da minha pessoa, e da minha família, estarrecedoras. Boato é o que não está faltando por aí”, disse. Aécio também rebateu críticas do ex-presidente Lula, sobre o candidato ser ‘filhinho de papai’. “Com 22 anos de idade já disputava eleições”, disse.

Dilma defendeu-se das declarações de Fernando Henrique Cardoso de que ela estaria dizendo coisas das quais não acredita, como a falta de ganhos sociais no governo do PSDB. “Lamento, mas não reconheço ganhos sociais no governo Fernando Henrique, eu reconheço a estabilidade da moeda”, disse.

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