Por felipe.martins

Rio - O candidato do PRB ao governo do estado, Marcelo Crivella, atacou o adversário, Luiz Fernando Pezão (PMDB), ao comentar a noite anterior de debate na TV Globo. "Eu sabia que a mentira tem perna curta. Agora eu sei que a mentira tem perna curta e pé grande", disse ele ao rebater as acusações do governador de que seria testa de ferro do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus. O senador recebeu, nesta sexta-feira, o apoio de lideranças do PSB fluminense.

"Na hora de votar, peço que lembrem da dança dos guardanapos, da dança na boquinha da garrafa, do Juquinha viajando de helicóptero do Leblon para Mangaratiba e de Mangaratiba para o Leblon", disse Crivella, lembrando de episódios do governo Cabral.

Crivella recebeu apoio de lideranças do PSB nesta sexta-feiraAlexandre Vieira / Agência O Dia

Entre as lideranças socialistas que compareceram ao encontro estavam o brizolista histórico Vivaldo Barbosa e a secretária especial para mulheres do partido, Regina Flores.  No encontro, o candidato prometeu reduzir a mortalidade infantil no estado e a promoção de políticas públicas para a cidadania das mulheres. 

Último debate de Crivella e Pezão desanda e vira troca de acusações

O que começou relativamente bem, terminou mal. Na última oportunidade para conhecer propostas dos candidatos ao Palácio Guanabara, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB), o debate "desandou" e o tom agressivo tomou conta de declarações dos postulantes. A plateia formada por correligionários dos dois partidos também protagonizou de forma negativa o encontro e desrespeitou diversas vezes as regras do debate, se manifestando com palmas e vaias.

Da "boquinha da garrafa", guardanapos na cabeça do PMDB e passeios de helicóptero do cachorro de Sérgio Cabral citados por Crivella, ao já notório "testa-de-ferro da Igreja Universal" de Pezão, o segundo bloco do debate foi a parte mais decepcionante no quesito propostas e elas foram oficialmente deixadas de lado.

No fogo cruzado, sobrou inclusive para os, hoje, apoiadores de Crivella e ex-candidatos ao governo, Lindberg Farias (PT) e Anthony Garotinho (PR), que foram novamente lembrados por Pezão. O governador voltou a dizer que considera nociva a aliança entre Crivella e o ex-postulante do PR: "Esse convívio com Garotinho está muito triste. Você está mentindo que nem ele", afirmou.

Crivella e Pezão trocaram acusações e debate assume tom agressivoErnestto Carriço/ Agência O Dia

Fora os ataques, ainda no primeiro bloco, os postulantes levaram aos eleitores considerações sobre Educação, Saúde e Segurança Pública. Também na primeira rodada de perguntas, o primeiro a chamar a ironia para o diálogo foi Pezão, que voltou a chamar o adversário de "bispo Crivella", em pelo menos duas oportunidades.

Rebatendo, o candidato do PRB  provocou e disse ao oponente que a Saúde do estado está um caos. O senador também alfinetou ao contestar investimentos em saneamento que, segundo ele, foram equivalentes ao injetado em autopromoção, ou seja, publicidade. Crivella complementou dizendo que enriquecimentos ilícitos viraram "dogma" da classe política do Rio. O senador bradou: "A mudança é tirar o PMDB do poder".

O governador firmou o pé, mas baixou a cabeça para vaias da platéia e teve o seu tempo devolvido quando tentou iniciar fala: "Aqui não vai ter Edir Macedo. Você é testa de ferro do bispo Macedo", enfatizou.

"Você quer misturar política com religião", devolveu o senador, que, já com ânimos menos exaltados, disse: "Eu respeito você. Você não me respeita. Você é que está pregando ódio", se dirigindo ao governador. Ao dizer que bispo Macedo não financiou a sua campanha, a platéia voltou a se manifestar com risos e comentários irônicos. Desta vez, o tempo foi devolvido ao candidato do PRB.




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