Por thiago.antunes

Rio - Às vésperas da eleição, o candidato ao governo do estado pelo PRB, Marcelo Crivella, continua em busca de apoios. Nesta sexta-feira, sua candidatura recebeu a adesão de representantes do PSB, mas lideranças do Psol, que eram aguardadas no mesmo horário e local, não compareceram ao evento, num hotel no Centro do Rio.

Nomes de peso do Psol, os deputados estadual e federal Marcelo Freixo e Jean Wyllys vinham sendo procurados pela equipe de campanha de Crivella nos últimos dias. Entusiasta do apoio ao candidato do PRB, o psolista Paulo Ramos explica que o partido acabou optando pela neutralidade.

“Até havia a expectativa de irmos para o evento do Crivella hoje (ontem). Mas, de manhã, fiquei sabendo que o Psol decidiu se manter neutro. E eu não posso contrariar uma decisão do meu partido”, disse ele, que vinha tentando convencer Freixo e Wyllys a apoiar a candidatura de Crivella. Ambos os deputados do Psol — que juntos somaram 495 mil votos — não foram encontrados pela reportagem para comentar a posição da legenda.

Durante o encontro%2C no Centro do Rio%2C candidato ironizou pesquisa%3A 'Deveria se chamar Datafalha'Alexandre Vieira / Agência O Dia

Antes da declaração de Ramos, o ex-deputado Luís Alfredo Salomão, um dos idealizadores do programa de governo de Crivella, demonstrava confiança na oficialização do apoio do Psol. “Estamos só aguardando o final da reunião da Executiva do Psol, que está acontecendo agora”, disse.

Representando o PSB, que liberou seus filiados para apoiar o candidato que preferissem, estava o vice-presidente do diretório estadual, Vivaldo Barbosa. “Nosso partido liberou a militância, e as pessoas que aqui estão, estão genuinamente apoiando o Crivella”, disse ele, em breve discurso de dois minutos. Em seguida, Vivaldo se ausentou para participar de ato em favor da presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT). No primeiro turno, o PSB apoiou a candidatura do petista Lindberg Farias para o Palácio Guanabara.

Representante da ala feminina do PSB, Regina Flores entregou uma carta a Crivella pedindo que, se eleito, o candidato dê atenção a questões relacionadas à saúde da mulher, à redução da mortalidade infantil e à geração de emprego para as jovens.

No evento, Crivella aproveitou para criticar o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), que deixou o cargo com baixa popularidade para que seu correligionário, Luiz Fernando Pezão, assumisse . “O Cabral levava o cachorro dele, Juquinha, do Leblon para Mangaratiba e de Mangaratiba para o Leblon. Enquanto isso, não tem transporte e pacientes morrem sem atendimento. Esse governo vai acabar”.

‘A mentira tem perna curta e pé grande’

A agressividade mútua no último debate da TV Globo foi abordada por Crivella em entrevista. Para o senador, o tom elevado do programa serviu para que eleitores pudessem reparar na diferença entre ele e o peemedebista.

“Pezão, por desespero, diz que sou testa de ferro do Bispo Macedo. Imagina! Se eu fosse esse príncipe herdeiro, não teria passado dez anos na África e 12 no sertão. Minha campanha foi tão sem recursos, botando sangue pela boca. Andei de carro, quem voava de helicóptero é o Pezão. Aliás, o Pezão é o genérico do Cabral”, disse. “Sempre soube que mentira tem perna curta. Ontem (anteontem), no debate, descobri que ela tem perna curta e pé grande”, completou.

O candidato do PRB ironizou instituto que o coloca atrás nas pesquisas de intenção de voto. “O Datafolha deveria se chamar datafalha, porque eles erram com vontade. Na verdade, estou dois pontos à frente do Pezão”.

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