Por felipe.martins

Rio -  Chico Buarque não pode subir ao palco ao lado de Dilma Rousseff (PT) e cantar durante uma atividade de campanha. Da mesma forma, a dupla Zezé Di Camargo e Luciano não ficou ao lado de Aécio Neves (PSDB) no palanque. Como a realização de showmícios está proibida desde 1997, a classe artística precisou se reinventar para continuar engajada nas eleições. Na campanha que rachou o país entre o tucano e a petista, atores, cantores e atletas endossaram a polarização ao declarar seus candidatos nas redes sociais. No Twitter, Instagram e Facebook, as celebridades viraram cabos eleitorais e entraram em polêmicas por conta das suas opções de voto.

Na reta final Aécio e Dilma ganharam aliados de peso. Na quinta, Neymar postou um vídeo na internet apoiando o tucano. “Me identifico com a proposta que ele tem para o Brasil”, declarou o craque do Barcelona, dias depois de uma foto falsa em apoio a Dilma ter sido divulgada na rede. Mas a presidenta recebeu, esta semana, o apoio do compositor Caetano Veloso, que fechou com Marina Silva (PSB) no primeiro turno. “Prefiro Dilma agora”, disse.

Chico Buarque declarou voto em Dilma Rousseff%2C Aécio Neves tem a preferência do craque Neymar Jr.Divulgação

A disputa das celebridades extrapolou os 140 caracteres do Twitter e não se limitou às gravações para propaganda eleitoral: diversos artistas estiveram em eventos com Dilma, caso do ator Henri Castelli e da cantora Beth Carvalho. Outros assinaram manifesto à favor da reeleição, caso das atrizes Marieta Severo e Camila Pitanga. Do lado de Aécio, o ex-jogador Ronaldo e a cantora Wanessa Camargo compareceram às atividades de campanha. Entre os apoiadores do tucano, estão o apresentador Luciano Huck e o cantor Raimundo Fagner.

No front dos eleitores ferrenhos dos presidenciáveis, sempre com uma boa dose de polêmica, estão o ator José de Abreu, petista histórico, e o cantor Lobão, aguerrido crítico dos governos Lula e Dilma. “O país correrá um risco se uma pessoa sem nenhum nível moral assumir a Presidência”, argumenta o ator, alvo frequente de xingamentos contra o governo em seu Twitter. “São os reacionários contra os que defendem o avanço feito pelo PT. A direita perdeu a vergonha de ser ridícula”, argumentou.

Lobão desmentiu os boatos de que iria sair do país em caso de vitória de Dilma. “O PT é nazista, uma ditadura que quer me banir”, disparou. O cantor, que já fez campanha para Lula, em 1989, critica os rumos que o partido tomou. “Essa eleição é um plebiscito: o povo contra o PT.”

Farpas, gafes e bate-bocas

Os atores Dado Dolabella e Gregório Duvivier protagonizaram um dos mais intensos bate-bocas na classe artística. Dado, eleitor de Aécio, disse que o ator do programa ‘Porta dos Fundos’ era “marginal” e “acéfalo” por votar na petista. Depois, Gregório publicou no Facebook supostas ameaças de Gilberto di Perro, irmão de Dado, que negou as acusações.

Entre os apoios que acabaram virando gafes, o vídeo de Alexandre Frota tornou-se hit na web: ele divulgou mensagem dizendo que o PSDB iria “comer” o PT. Na sequência, curiosamente, Frota comeu um papel com o número 45, de Aécio. Semanas depois, ele voltou a fazer um vídeo com o mesmo conceito. Desta vez, “comeu” o 13 petista.

As eleições presidenciais no Brasil mexeram com Hollywood, e alguns artistas se manifestaram a favor de Dilma ou Aécio neste segundo turno. O ator Danny Glover, um dos astros de ‘Máquina Mortífera’, postou uma foto em favor da presidenta. Já a atriz Lindsay Lohan, que estrelou diversos filmes adolescentes, escreveu que o tucano seria o “candidato da mudança”. A postagem foi fruto de um pedido de um eleitor paulista.

Reportagem de Leandro Resende


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