Cuca é o atual técnico do CorinthiansRodrigo Coca / Corinthians

Nesta terça-feira, 25, Cuca emitiu uma nota oficial para informar que, em relação ao caso da condenação de estupro, ele "se manifestará e será representado exclusivamente por meio de seus advogados que contam com representantes na Suíça".
No comunicado assinado pelos defensores de Cuca, também é dito que o treinador "refuta as acusações que lhe são atribuídas". Além disso, o texto ressalta que o técnico "não deverá tolerar afrontas e ofensas contra sua idoneidade, caráter e integridade"
A nota foi divulgada horas após o Uol publicar a entrevista com o advogado suíço Willi Egloff, que defendeu a vítima na época do crime. Ele desmentiu a versão dada pelo treinador e afirmou que Cuca foi, sim, reconhecido por sua cliente na época do crime como um dos estupradores.
LEIA A NOTA DE CUCA
O treinador Cuca esclarece que está totalmente concentrado e empenhando toda a sua energia para o jogo decisivo que o time enfrentará amanhã e, diante das notícias veiculadas nos últimos dias a seu respeito, comunica que a partir desta nota, ele se manifestará e será representado exclusivamente por meio de seus advogados que contam com representantes na Suíça.
Desta forma, refuta as acusações que lhe são atribuídas, que remontam há mais de trinta anos e que foram investigadas e apuradas na ocasião.
O treinador segue desempenhando seu trabalho com lisura e honradez há décadas e, por essa razão, não deverá tolerar afrontas e ofensas contra sua idoneidade, caráter e integridade.
Cuca é o novo técnico do Corinthians - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Cuca é o novo técnico do CorinthiansRodrigo Coca/Agência Corinthians
ENTENDA
A condenação de Cuca por envolvimento no abuso sexual de uma menor em 1987, na Suíça, ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (25). Em entrevista ao "UOL", o advogado suíço Willi Egloff, que defendeu a vítima na época do crime, desmentiu a versão dada pelo treinador e afirmou que ele foi, sim, reconhecido por sua cliente na época do crime como um dos estupradores.
"A declaração de Alexi Stival (Cuca) é falsa. A garota o reconheceu como um dos estupradores. Ele foi condenado por relações sexuais com uma menor", disse o advogado.
Ao ser apresentado pelo Corinthians na última sexta-feira (21), o treinador afirmou categoricamente, em mais de uma oportunidade, que não foi reconhecido pela vítima.
"Se fosse no tempo de hoje, se tivesse acontecido agora, ia me favorecer muito. Você ia ouvir a moça: "Não, ele não estava. Não, ele não estava. Não, ele não estava". Foram três vezes. Pronto. Eu já estou absolvido. Não existe coisa mais absoluta do que a palavra da vítima. Existe? Não existe", disse Cuca na ocasião.
Egloff também confirmou a informação publicada em 1989 pelo jornal "Der Bund", de Berna, de que foi encontrado sêmen de Cuca na vítima. O exame foi realizado pelo Instituto de Medicina Legal da Universidade de Berna.
O caso aconteceu quando Cuca jogava pelo Grêmio e foi defender o time gaúcho em uma excursão pela Europa. Ele e mais três colegas de time, Eduardo, Henrique, e Fernando, foram detidos sob a acusação de terem relações sexuais com a garota sem consentimento em um quarto de hotel.
Dois anos após o caso, Cuca e mais dois companheiros, Eduardo e Henrique, foram condenados pela justiça suíça a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando, o quarto jogador presente no local, foi absolvido da acusação de atentado ao puder, mas também condenado por ato de violência. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, eles nunca cumpriram a pena.