Wallace e Bruninho pela seleção brasileira de vôleiDivulgação / Bruno Rezende

Após a suspensão de cinco anos imposta pela Cecob (Conselho de Ética do Comitê Olímpico Brasileiro) para o oposto Wallace, o levantador da seleção brasileira de vôlei, Bruninho, postou uma mensagem de apoio para o jogador. Na postagem em suas redes sociais, o filho do treinador Bernardinho afirmou que Wallace errou, mas já reconheceu e aprendeu com isso.
"Já tivemos nossas discussões e nem sempre concordamos com todas as coisas. Ele cometeu um erro grave e isso não se discute, se arrependeu, pediu desculpas e para quem o conhece, sabe que é verdade", afirmou Bruninho.
O capitão da seleção brasileira de vôlei também fez uma reflexão sobre a polarização política presente no Brasil. Segundo Bruninho, pelo fato de Wallace ser uma pessoa que expunha muito suas opiniões, ele foi um dos mais atacados pelos críticos. Neymar comentou a publicação do jogador com aplausos.
"Vivemos num país extremamente politizado, e acredito que ele foi mais uma das pessoas que expôs o que pensava, com isso, conquistando muitos admiradores e, por outro lado, muitos críticos ferrenhos. Vivemos tempos difíceis, onde parte da população vive de maneira extremista, e dos dois lados da moeda", disse Bruninho.
"Jamais teremos o mundo ideal, eu apenas penso que deveríamos viver com mais empatia e equilíbrio no julgamento à pessoa que durante toda sua vida e carreira foi íntegra e correta, representando o Brasil da melhor maneira possível. Cometeu um erro sim, pagou e continua pagando por isso, mas para quem o conhece, sabe que aprendeu com isso", finalizou. ENTENDA O CASO
Wallace foi suspenso por 90 dias por incitação à violência contra o presidente Lula (PT), ao perguntar aos seus seguidores, no Instagram, quem "daria um tiro" no petista. Mais tarde, conseguiu uma liminar concedida pelo STJD do vôlei, que interpretou a suspensão como uma punição aplicável apenas em relação à ocupação de cargos administrativos no COB ou demais confederações ligadas à entidade, sem extensão à esfera esportiva.
O Cecob, contudo, reafirmou que sua decisão era soberana e que determinava, sim, o banimento de competições, não apenas de cargos administrativos. O conselho pediu uma posição do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), que entendeu que a decisão do STJD deveria prevalecer, mas a posição do Cecob não mudou.
Após dias de dúvida, o Cruzeiro confiou nas avaliações do STJD e do CBMA para colocar Wallace em quadra na final da Superliga Masculina de Vôlei, no último domingo. O oposto ficou no banco, entrou em alguns momentos e fez apenas um ponto, justamente o que garantiu a vitória do time mineiro sobre o São José e garantiu o título.
No dia seguinte, o Cecob decidiu aumentar a suspensão de Wallace para cinco anos e suspender por seis meses a CBV por permitir que o atleta jogasse a decisão. Num movimento inédito, que pegou de surpresa dirigentes do COB e da CBV, o despacho do Cecob, assinado pelos conselheiros Ney Bello Filho, Sami Arap, Humberto Aparecido Panzetti e Guilherme Faria da Silva, também determinou o corte de repasses do comitê destinados à confederação por seis meses. Além disso, foi anunciada a suspensão por um ano do presidente da CBV, Radamés Lattari Filho