Hulk durante treino do Atlético-MGFoto: Pedro Souza/Atlético

O atacante Hulk se manifestou publicamente para dar apoio a Vini Jr, novamente vítima de racismo na Espanha. Em vídeo divulgado pelo Atlético-MG, nesta segunda-feira, 22, o jogador lamentou o caso, contou que já foi vítima de ataques racistas na Europa e pediu punição para o ocorrido. 
 
"É um assunto até que a gente fica receoso para falar, que não deveria existir. Eu, particularmente, já passei por isso, já sofri racismo quando jogava na Rússia, acho que em Portugal também, não lembro, quando fui com 15 anos de idade. A gente sabe o quanto que é difícil, independente do esporte e da profissão, nós, seres humanos, temos que respeitar o próximo. O racismo é algo que não deveria existir. É muito triste para a gente, transmitimos todas as forças para o Vini", disse Hulk.
"Vi muita gente postando, falando, motivando o Vini, dizendo que está com ele. Mas acho que em uma situação dessa tem que ter uma punição. Assistir a alguns vídeos e vi que tinham bastante torcedores no estádio, fora do estádio. Acho que a única forma de você tentar educar é punir. Como você vai punir? Mando de campo, acho que tem que ser dessa forma. Infelizmente, todos pagam por um. Se eu for para o estádio torcer e tiver um ato de racismo contra o adversário, vai prejudicar meu time, mas tem que ser dessa forma. Se não, é muito difícil de acabar com isso", completou.
Por fim, Hulk mandou diretamente um recado para o atacante brasileiro. Confira:  
"Até já falei com ele por mensagem, mas é levantar a cabeça. Ele é muito mais forte que isso, muito maior que isso. Infelizmente, é assim: quando estamos bem, incomodamos muito os inimigos. O Vini vem incomodando pelo que ele vem jogando. Que ele continue jogando o que está jogando. Estamos aqui, como brasileiro, também como atleta de futebol, estou aqui para dar total apoio e desejar muita força para ele", concluiu.
ENTENDA O CASO
Vinícius Júnior foi novamente vítima de racismo na Espanha. Na derrota do Real Madrid por 1 a 0 , a torcida do Valencia gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada e depois retomada pelo árbitro, por causa das ofensas.
"Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", criticou o jogador nas redes sociais, admitindo pela primeira vez que pode sair da Espanha por causa do racismo.
O episódio gerou revolta no Real Madrid. O técnico Carlo Ancelotti, por exemplo, dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo, ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente de La Liga, Javier Tebas, criticou Vini por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.
São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano.
Vini Jr recebeu muitos apoios nas redes sociais de vários jogadores, clubes e da CBF, além de outros esportistas, como Lewis Hamilton. O presidente do Brasil, o presidente da Fifa e o presidente do governo da Espanha também já se solidarizaram ao brasileiro. Já a imprensa espanhola tentou minimizar o acontecido.