Rio - A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se juntou à campanha que cobra a liberação de São Januário, casa do Vasco. O estádio está interditado para os torcedores desde o dia 22/6, quando houve grande confusão dentro e nos arredores após a derrota por 1 a 0 para o Goiás.
Em publicação nas rede sociais, Anielle afirmou que o Ministério da Igualdade Racial enviará um ofício à Procuradoria Geral do Ministério Público do Rio de Janeiro mostrando preocupação sobre a decisão de fechar o estádio para os cruz-maltinos.
"O Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, é um patrimônio que vai além do Clube de Regatas Vasco da Gama e de seus torcedores, e sua interdição tem prejudicado sobretudo a geração de renda dos trabalhadores da região, que são majoritariamente pessoas negras e pobres", escreveu a Ministra.
Na postagem, Anielle mostra uma foto dos tempos em que defendia o Vasco na equipe de vôlei. Na reclamação, a política apontou preconceito com a realidade do entorno de São Januário - a favela Barreira do Vasco foi citada como ponto principal para a interdição.
"Sou favelada e tenho o compromisso de trabalhar contra a criminalização das nossas favelas e do nosso povo. Esta decisão afeta a geração de renda e impacta toda a cidade. A Barreira é parte fundamental da alma do clube, é também dali as pessoas que trabalham em dias de jogos(...). O racismo ocorre dentro e fora do campo, nossa equipe pretende fazer uma escuta com os trabalhadores da região para pensarmos junto com órgãos do estado e do município medidas de mitigação deste impacto", destacou.
Enquanto aguarda a liberação, o Vasco da Gama se prepara visando o clássico com o Fluminense, marcado para o dia 16 (sábado), às 16h, no Estádio Nilton Santos, do Botafogo.
Nós do Ministério da @igualracial_gov encaminharemos um ofício ao PGJ do @MP_RJ externando nossa preocupação com a estigmatização que esta decisão criou. Fui atleta do Vasco e tenho um carinho pelo time. Tenho respeito pela história de um clube de origem popular e negra. +
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