Bernie Ecclestone, de 92 anos, é ex-chefão da Fórmula 1Foto: AFP
Ex-chefão da F1 critica Massa por ação e cita Hamilton como exemplo após vice em 2021
Bernie Ecclestone não acredita em reviravolta sobre a temporada de 2008
Rio - Bernie Ecclestone segue causando polêmica fora das pistas. Após declarar que abafou o escândalo que tirou o título de Felipe Massa em 2008 e voltar atrás, o ex-chefão da Fórmula 1 criticou o piloto brasileiro por mover uma ação reivindicando a conquista e citou como exemplo o título de Max Verstappen sobre Lewis Hamilton em 2021.
"O clã do (Felipe) Massa só se preocupa com dinheiro. Mas as chances de isso (modificação do resultado) acontecer são zero. (Lewis) Hamilton e a Mercedes poderiam também ter entrado com uma ação judicial contra a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) após a final não muito limpa de 2021 em Abu Dhabi", disse em entrevista ao jornal suíço "Blick".
Lewis Hamilton foi vice-campeão em 2021 de uma forma polêmica. O piloto britânico da Mercedes chegou na corrida de Abu Dhabi empatado em pontos com Max Verstappen, da Red Bull, e liderava a corrida com 11 segundos de vantagem para o holandês. O título estava na mão do heptacampeão até que uma batida de Nicholas Latifi acionou o carro de segurança.
Após uma série de de decisões controversas do então diretor de provas Michael Masi, o carro de segurança saiu da pista na última volta, permitindo um duelo entre Hamilton e Verstappen pelo título. O holandês, que fez uma troca de pneus, levou vantagem sobre o britânico, conseguiu a ultrapassagem e venceu a corrida para conquistar o primeiro título da carreira.
A Mercedes protestou alegando que a mesma deveria ter sido encerrada com carro de segurança, mas os protestos foram rejeitados pelos comissários da FIA. Depois de sugerir a intenção de levar o caso para a Corte Arbitral do Esporte (CAS), a equipe e o próprio Hamilton desistiram de apelar da decisão. Michael Masi deixou a F1 e reconheceu os erros que favoreceram Verstappen.
Entenda a polêmica entre Ecclestone e Massa
Em março deste ano, Ecclestone afirmou que ele e Max Mosley (então presidente da FIA) já sabiam do plano organizado por Flavio Briatore para beneficiar Fernando Alonso, na época na Renault, e ajudar o bicampeão a vencer a corrida em Singapura. O ex-chefão da Fórmula 1 disse que abafou o caso para "proteger o esporte de um grande escândalo".
Felipe Massa moveu uma ação em agosto deste ano contra a FIA e a Formula One Management (FOM) referente ao título de 2008. Os advogados do piloto brasileiro enviaram na última terça-feira (12) para Ferrari, Renault (hoje Alpine na F1), Flavio Briatore, Pat Symonds e Steve Nielsen um requerimento formal de preservação de documentos. A ação determina a conservação de provas.
O episódio do "Singapuragate" ocorreu na 15ª volta da etapa de Singapura, quando piloto brasileiro Nelson Piquet Jr recebeu uma ordem de Flavio Briatore, chefe da equipe Renault, para bater de propósito para forçar um safety car. O intuito era beneficiar o companheiro Fernando Alonso, que entrou duas voltas antes nos boxes e venceu a corrida.
Fernando Alonso largou em 15º lugar. Na época, o regulamento da F1 determinava que os boxes ficassem fechados durante o safety car. Com isso, todos os carros na frente de Alonso entraram nos boxes na volta seguinte após a saída do carro de segurança e, com isso, o espanhol assumiu a liderança. Massa, que disputava a liderança, caiu para 13º após uma falha da Ferrari no reabastecimento e não pontuou.
O caso foi investigado em meados de 2009, após a demissão de Nelson Piquet Jr. O piloto fez um acordo por delação premiada e não sofreu sanções esportivas, assim como Alonso. Já Briatore, Pat Symonds e a Renault sofreram punições. Entretanto, o resultado da corrida não foi alterado devido ao regulamento da Fórmula 1 e o título de 2008 permaneceu com Lewis Hamilton.
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