Léo Batista é um dos grandes ícones do jornalismo brasileiroReprodução

Rio - Morreu neste domingo (19) um dos maiores ícones do jornalismo brasileiro. Léo Batista, que tinha 92 anos, estava internado desde o dia 6 de janeiro no Hospital Rios D'or, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Ele não resistiu às complicações de um câncer no pâncreas.
O corpo de Léo Batista será velado nesta segunda-feira (20), a partir das 14h (de Brasília), em General Severiano, sede do Botafogo, clube do coração do apresentador, na Zona Sul. A cerimônia será aberta ao público.
Figura histórica da TV Globo, emissora que trabalhou por mais de 50 anos, Léo Batista, que tinha como nome de nascimento João Baptista Bellinaso Neto, começou sua trajetória na comunicação muito cedo. Com apenas 15 anos, ele, que nasceu na cidade de Cordeirópolis, interior de São Paulo, passou a trabalhar em um serviço de alto-falantes a convite de um primo na comunidade natal.
Ainda no fim dos anos de 1940, iniciou sua trajetória no rádio, trabalhando em emissoras do interior de São Paulo. Ele chegou a vir para o Rio de Janeiro em 1950, para transmitir a Copa do Mundo, sediada pelo Brasil, naquele ano por essas emissoras. 
Em 1952 foi contratado pela Rádio Globo. Dois anos depois, em um dos acontecimentos mais trágicos da história da política brasileira, o suicídio do então presidente Getúlio Vargas, Léo Batista, que tinha 22 anos, foi o primeiro radialista a noticiar a informação que muderia os rumos da história do Brasil. Também foi um dos radialistas que transmitiu a estreia de Garrincha, em 1953, pelo Botafogo.
Neste período começou sua paixão pelo Botafogo. Ele se tornou torcedor do clube carioca, após acompanhar uma partida do Alvinegro contra o Fluminense, no Maracanã, nos anos de 1950.
"Estava no Maracanã. Fui assistir um jogo com alguns amigos, era Fluminense  Botafogo. De repente, o Botafogo começou a jogar melhor, saiu uma jogada bonita e pronto, um golaço do Botafogo. Pulei gritando gol. Depois lance pensei: "Ué, estou torcendo para o Botafogo?". Daquele instante em diante acabou, virei Botafogo", relembrou.
O jornalista foi para a televisão em 1955 para trabalhar na extinta TV Rio. Lá, Léo Batista comandou por 13 anos, o "Telefornal Pirelli". Em 1970, iniciou sua trajetória na Rede Globo. Na emissora do Jardim Botânico, foi contratado para trabalhar na equipe esportiva, mas chegou a apresentar durante um período as edições de sábado do "Jornal Nacional".
Na Globo, foi responsável por criar o programa "Globo Esporte", em 1978, que segue no ar até os dias de hoje, participou da cobertura de Copas do Mundo, de Jogos Olímpicos, narrou gols no "Fantástico" e também teve participação no "Globo Rural", além de ser importante na inauguração do "Jornal Hoje".
Léo Batista foi casado por seis décadas com Leyla Chavantes Belinaso. A mulher do jornalista morreu em 2022, aos 84 anos, após se afogar em uma piscina da residência em que os dois viviam no Rio. O casal teve duas filhas: Cláudia e Mônica Batista.