Júlia Bergmann e Macris celebram ponto do BrasilMiriam Jeske / COB

A seleção brasileira fechou sua passagem por Istambul, na Turquia, com 100% de aproveitamento e quatro vitórias na Liga das Nações. A vítima da vez, neste domingo, foi a forte seleção turca, então invicta e apoiada por mais de 17 mil vozes, com triunfo por 3 a 1, parciais de 25/18, 23/25, 25/23 e 25/15.
Com a mesma campanha das oponentes, de sete triunfos e somente uma derrota, as comandadas de José Roberto Guimarães assumiram a segunda posição e seguem bem na perseguição da líder Itália, que ganhou seus oito jogos.

Assim com vem sendo uma rotina na competição, a ponteira Ana Cristina mais uma vez foi a maior pontuadora brasileira. Ela tinha feito seu recorde pela seleção no sábado, com 26 pontos diante da República Dominicana. Neste domingo, foi além, com 27 bolas decisivas, 24 em ataques.

O jogo

Apesar da possibilidade de utilização da capitã Gabi deste o início, Zé Roberto optou por dar entrosamento à seleção e fez somente uma troca em relação à escalação das vitórias diante do Canadá e da República Dominicana, com triunfos por 3 a 0. O técnico iniciou a oitava partida na Liga das Nações usando Macris, Diana, Júlia Bergmann, Ana Cristina, Tainara e a líbero Laís, com Lorena aparecendo na vaga de Júlia Kudiess, que apresentou um desconforto de última hora.

Diferentemente dos jogos anteriores deste segundo giro da Liga das Nações, em Istambul, o Brasil tinha um rival gigante pela frente e 17 mil vezes fazendo coro pela seleção turca. A torcida local fez enorme festa antes de o jogo começar.

O Brasil começou a partida aproveitando uma certa irritação turca com a arbitragem para abrir logo quatro pontos de frente em bons ataque pelo meio/fundo de quadra. As rivais apostavam na potência de Vargas e Karakurt por reação e não demoraram a buscar o empate por 9 a 9.

Zé Roberto evitou pedido de tempo e apenas cobrava calma e capricho na beirada da quadra. E a seleção respondeu de imediato, desta vez com o saque fazendo estragos e nova vantagem brasileira por quatro pontos.

A apresentação era em alto quilate. Em um grande ponto, o bloqueio verde e amarelo segurou quatro ataques seguidos da Turquia até Ana Cristina (fechou a parcial com sete bolas no chão) anotar no contragolpe. No fim, tranquilos 25 a 18 com ataque de Helena, surpresa de Bernardinho na reta final do set.

O segundo set começou com o serviço brasileiro não entrando e com Karakurt colocando as donas da casa em vantagem de dois pontos após seu 12º ponto no jogo. A camisa 99 turca incendiava a torcida a cada bola certeira.

Mas a seleção brasileira cresceu e logo virou. Ana Cristina seguia soberana no ataque, com Macris distribuindo bem as jogadas e enganando o bloqueio turco. O saque voltou a entrar e Júlia Bergmann aparecia bem em bolas complicadas para anotar pontos improváveis.

A parcial parecia encaminhada até um desafio equivocado recolocar as turcas no jogo. A bola de Gabi foi para fora, sem desvio, e veio a igualdade por 23 a 23. O Brasil sofreu leve apagão na hora decisiva e acabou permitindo o empate no jogo com 25 a 23.

O terceiro set seria um desafio ao psicológico da seleção, após uma dura virada na parcial anterior. E a cabeça parecia boa, sem abatimento. Mesmo com as turcas vibrando muito, o Brasil foi quem comandava o placar, logo com 9 a 6, depois, 14 a 10.

Novamente sem conseguir segurar boa vantagem, as brasileiras permitiram a virada para 18 a 17. As trocas de Zé Roberto não surtiram efeito, enquanto a Turquia se reerguer justamente graças às reservas. A emoção foi até o fim, com Lorena deixando o Brasil novamente na frente, com 24 a 23. Ana Cristina foi para o saque e fechou, com ace, com a bola quase saindo, mas triscando na linha.

Com Gabi e Diana na equipe titular para o quarto set, o Brasil viu Júlia Bergmann brilhar no serviço e o time fez logo 4 a 0. Vargas não conseguia superar o forte bloqueio brasileiro e as comandadas de Zé Roberto ainda atacavam com segurança e precisão

Gabi anotou seu primeiro ponto na Liga das Nações para levar o Brasil a 13 a 9. Desencantou em momento crucial, no qual a Turquia tentava reagir e encostar. O set foi enorme do Brasil, com poderio ofensivo gigante, com Júlia Bergmann muito bem e com Ana Cristina fechando em 25 a 15.

Agenda

Muito perto da fase final, que será na Polônia, a seleção brasileira volta à quadra para a terceira e última etapa de classificação da Liga das Nações somente no dia 9 de julho, diante da Bulgária, em Chiba, no Japão, onde ainda encara a França (dia 10), a Polônia (11) e o Japão (13).