Por fabio.klotz

Rio - Uma cena bem conhecida do futebol carioca voltou a acontecer, domingo, no Maracanã: Juan balançou a rede. Porém, agora, ele se especializa em virar carrasco dos clubes do estado. Após fazer gol no Flamengo, o lateral-esquerdo repetiu a dose no jogo contra o Fluminense e foi um dos destaques do triunfo do Vitória. Na Bahia, Juan reencontrou a regularidade e é um dos trunfos do Rubro-Negro na briga por uma vaga na Libertadores.

Juan reencontrou a regularidade no VitóriaDivulgação

"Estamos com uma regularidade boa, somando pontos fora de casa, o que é importante. E dentro de casa também conseguimos uma sequência. Isso possibilitou que voltássemos a sonhar com o G-4", disse Juan. Atualmente, o Vitória é o sexto colocado, com 47 pontos, a cinco do Atlético-PR, que abre a zona de classificação para a Libertadores.

Após sete temporadas consecutivas no futebol carioca (dois anos no Fluminense e cinco no Flamengo), Juan voltou para o São Paulo, clube pelo qual foi revelado. Em 2011, foi o dono da lateral esquerda do Tricolor Paulista. Porém, nos dois anos seguintes, inclusive no empréstimo ao Santos, não repetiu a regularidade, algo complicado de explicar por que não repetiu o sucesso em São Paulo.

"Difícil dizer. São vários motivos. É difícil de explicar. O importante foi que eu nunca baixei a cabeça ou perdi a confiança em mim."

Juan em ação em clássico contra o FluCarlos Moraes / Agência O Dia

No Vitória, Juan reencontrou um velho conhecido: Ney Franco. O técnico tem uma parcela importante no bom desempenho do lateral-esquerdo.

"A gente se conhece há muito tempo, trabalhamos juntos no Flamengo. O fato de ele me conhecer, saber como eu gosto de jogar, ajuda. Ele é muito importante para o grupo", elogia Juan.

A parceria da época de Flamengo voltou a dar certo. A segurança no futebol de Juan faz o técnico usar o lateral, em algumas oportunidades, no meio de campo.

"A confiança que ele passa é muito importante. Vou fazer de tudo para ajudar o time. Eu prefiro jogar na lateral. É mais a minha característica. Tenho mais confiança e conhecimento da parte tática. Estou aqui para ajudar o grupo da melhor maneira, independemente da posição", afirma.

Juan se reinventou no Vitória. A vocação ofensiva continua a mesma (duas assistências e três gols, o outro foi marcado sobre o São Paulo - a coincidência de balançar a rede dos ex-clubes). A principal mudança foi a necessidade de defender mais, obrigação para dar certo o esquema com meias abertos pelos lados do campo.

"Para mim, muda bastante em relação a como era no Flamengo, por exemplo. Tinha muita liberdade para atacar. Agora tenho tenho de guardar mais a posição, ser lateral, jogar de uma forma mais defensiva. É uma formação diferente em relação ao tempo de Flamengo. Primeiro a parte defensiva, marcar, para depois pensar no ataque", analisou.

Lembranças cariocas

A afirmação de Juan no futebol brasileiro aconteceu no Rio. Revelado pelo São Paulo, ele se profissionalizou no Arsenal, da Inglaterra. Em 2004, acertou com o Fluminense. No ano seguinte, foi um dos destaques do Tricolor na temporada e conquistou o Carioca.

Juan encara o craque Conca em jogo do FluEfe

"O Fluminense foi muito importante para mim. Tive a oportunidade de jogar e aparecer para o futebol. É uma coisa que ficou muito marcada. Foi muito importante", relembra Juan, que fez 74 jogos com a camisa tricolor, marcou três gols e deu 15 assistências.

Em 2006, Juan trocou o Fluminense pelo Flamengo. No Rubro-Negro, o lateral-esquerdo viveu a melhor fase de sua carreira e chegou à seleção brasileira.

"Principalmente pelo período que consegui manter uma boa regularidade, no Flamengo pude ter este bom momento e o melhor momento da carreira."

Juan era uma das armas do Flamengo pela esquerda. O lateral fez 256 jogos pelo Rubro-Negro, com 32 gols e 62 assistências. Com o Fla, ele ganhou três cariocas (2007, 2008 e 2009), uma Copa do Brasil (fez o gol título, no segundo jogo, em 2006) e um Brasileiro (2009).

"Foi um momento legal que o Flamengo viveu. Fui muito feliz dentro e fora de campo. Era um grupo muito bom de trabalho, muito unido e especial", encerra o camisa 6.

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