Sem verba de Bernard, Atlético-MG atrasa salários e pede socorro a Dilma
'Faz exatamente uma semana que não durmo direito, estou preocupado. Presidente, socorro', disse Alexandre Kalil, em mensagem endereçada a Dilma Rousseff
Por pedro.logato
Minas Gerais - O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira para esclarecer a situação envolvendo o bloqueio da receita que obteve com a venda do meia-atacante Bernard para Shakhtar Donetsk. O cartola apelou até para a presidente Dilma Rousseff, que é atleticana, para conseguir receber o dinheiro, retido na Fazenda Nacional devido a dívidas fiscais do clube mineiro.
"Faz exatamente uma semana que não durmo direito, estou preocupado. Quero pedir à nossa presidente que nos trate como mineira que ela é. Estamos pedindo socorro à nossa presidente e ao ministro Fernando Pimentel, que é poderoso no governo da Dilma. Presidente, socorro. Minas Gerais precisa ser olhada", desabafou o cartola, que falou até em deixar o comando do clube. "Se o tratamento que nós estamos tendo continuar, eu não fecho o meu mandato".
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Sem a verba da venda de Bernard, o Atlético-MG acabou atrasando os salários e direitos de imagem dos atletas. "Não estou pedindo patrocínio federal, como foi dado por Petrobras, Lubrax. Não quero isenção de PIS e Cofins nos estádios, como estão dando para Grêmio, Atlético-PR... Não quero que descontem nada dos impostos do Atlético-MG. Estou pedindo ao Odair Cunha, presidente do PT em Minas, que nos socorra", declarou Kalil.
O Atlético-MG vendeu Bernard por cerca de R$ 77 milhões, mas o dinheiro não chegou aos cofres do clube. A Fazenda Nacional bloqueou as receitas e o Galo acionou o TRF (Tribunal Regional Federal), em Brasília, para tentar um acordo. O clube ofereceu um imóvel como garantia, mas a propriedade foi avaliada em R$ 20 milhões, valor baixo para servir como garantia.