Chile - Chilenos adoram futebol, no entanto, a carga de tristeza e tragédia que o esporte mais popular do mundo carrega no país é enorme. E nada tem a ver com o sorteio dos grupos da Copa deste ano, em que a La Roja, terá pela frente a campeã do mundo Espanha e a vice Holanda, além de Austrália.
O país sediou a Copa de 1962, quando o Brasil foi campeão, mas dois anos antes foi palco de uma das maiores tragédias já vistas. O terremoto de Valdívia (que não tem relação com o jogador do Palmeiras, que, defende o Chile, mas nasceu na Venezuela) aconteceu 738 dias antes do Mundial e foi o mais violento já registrado chegando a 9,5 pontos na escala Richter. Mais de 5.700 pessoas morreram e dois milhões ficaram feridas. As obras para a Copa estavam adiantadas, mas muitas construções foram afetadas pelo sismo. O Chile sob o lema de “porque nada temos, tudo faremos”, bancou o Mundial e conseguiu sua melhor posição até hoje:o honroso terceiro lugar.
Pouco mais de 10 anos depois, novamente futebol e sangue se misturaram. Em 73, o general Augusto Pinochet derrubou o governo Salvador Allende e instalou uma ditadura que duraria até 1990. Sem ter onde colocar os presos políticos, Pinochet ordenou que o estádio Nacional de Santiago, que fora completamente reformado para a Copa de 1962, virasse uma prisão. Além disso, o templo do futebol era palco de torturas cometidas pelo governo.
Mas falando de coisas boas, o Chile é um país lindo. Em Santiago, a cordilheira dos Andes é cenário constante, O genial escritor Pablo Neruda, vencedor do Prêmio Nobel de 1971, tinha uma linda casa, em formato de barco, em Valparaíso, uma cidade de praia chilena. Após sua morte, a casa virou um museu.
Ao Norte, o Deserto do Atacama é o mais alto e árido do mundo. Lá, estudos mostram que foi a região do planeta que ficou mais tempo sem ver chuva: 1400 anos, O deserto ainda tem uma das esculturas mais curiosas da Terra:a incrível mão do deserto, construída em 1992 pelo escultor chileno Mario Irarrázabal.