Por ulisses.valentim

Rio - Um dia após dizer que o Brasil não está pronto para a Copa do Mundo, Jerome Valcke, secretário-geral da Fifa, mudou seu tom para o otimista. Em coluna publicada no site oficial da entidade, o francês tentou valorizar o legado que o torneio deixará ao País afirmou que o “pessimismo é tendência comum quando se trata da realização de eventos de grande porte, mas, no final das contas, as coisas sempre funcionam”.

O dirigente comparou a situação do Brasil em 2014 com a vivida pela África do Sul há quatro anos. De acordo com ele, a organização do Mundial em solo africano também “constantemente questionada pela mídia”, mas que a percepção hoje é de que aquela foi uma “Copa do Mundo brilhante que alimentou a confiança toda de uma nação, alavancou a confiança para os negócios internacionais e o país ficou fortalecido pelas melhorias em infraestrutura de modo geral”.

“Apesar de a corrida estar sendo apertada na aplicação dos últimos pontos operacionais pelo Brasil, as pessoas já podem ver esse mesmíssimo legado criando forma – pelo menos aquelas que querem ver”, escreveu o secretário-geral.

Valcke liderou o sorteio dos gruposReuters

Claramente preocupado com os atrasos nas obras dos estádios, Valcke desta vez tentou minimizar. Ele elogiou as evoluções em Curitiba e Porto Alegre e, apesar dos problemas enfrentados em São Paulo, onde o operário Fábio Hamilton da Cruz morreu em acidente no último final de semana, disse acreditar que a Arena Corinthians estará pronta a tempo.

“Eu estava, e ainda estou, muito triste com o trágico acidente ocorrido em São Paulo. A segurança é um item essencial e a nossa maior prioridade. Os meus pêsames vão para a família e os colegas de Fábio Hamilton da Cruz. Como pai de família, sinto-me muito tocado”, disse o francês.

“Considerando-se o estágio de montagem e das instalações complementares no estádio do jogo de abertura, estamos confiantes de que o impacto sobre o cronograma será limitado e que o estádio estará pronto para receber os eventos-teste até a metade de maio”, completou o secretário-geral da Fifa.

O discurso desta sexta-feira contrasta, e muito, com a entrevista concedida pelo próprio Valcke na última quinta. Durante visita à África do Sul para observar o legado deixado pela Copa 2010, o francês disse que a abertura do Mundial no Brasil acontecerá em São Paulo no dia 13 de junho, como previsto, mas que, resumindo em uma frase, “não estamos prontos”.

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