Rio - O sonho de consumo de todos os capitães da Copa do Mundo chegou ao palco da grande decisão. Com seus 36,8 cm e 6,175 quilos de ouro maciço 18 quilates, a Taça da Copa do Mundo da Fifa teve sua primeira parada no Brasil na manhã desta terça-feira, no Rio de Janeiro. A passagem pela Cidade Maravilhosa teve seu evento de abertura com a presença de Carlos Alberto Torres, capitão do título brasileiro de 1970. Após passar por outros 89 países, o troféu chega à sede do Mundial gerando grande expectativa nos brasileiros das 27 capitais que receberão o evento.
Confiante no hexa, o "Capita" apresentou o troféu para a imprensa carioca repetindo o lendário beijo no troféu, gesto do ex-lateral na antiga Jules Rimet. Emocionado, Torres exaltou a oportunidade de estar recebendo a taça em mais um ano de viagem e declarou sua torcida para que o Thiago Silva possa levantar o troféu no dia 13 de julho, data da final do Mundial.
"É um sentimento de muita alegria que eu tenho ao ser, mais uma vez, convidado a receber a Taça da Copa aqui no Brasil. Estive em 2006 e 2010, uma vez no Rio e outra em São Paulo também. É um privilégio ter sido chamado em nome da Seleção e do povo brasileiro. Agora vamos torcer para que ele fique definitivamente aqui. Tive o privilégio de ser o capitão de 1970 e pude levantar o troféu da Copa. Não era essa taça, mas sei como é a emoção de ter essa sensação. Espero que o Thiago Silva tenha a mesma alegria que eu, Cafu, Mauro e tantos outros que foram campeões com a Seleção", declarou.
Mesmo após chegar ao evento de muletas, em razão de uma lesão no joelho, Torres não se intimidou durante a abertura do tour. Ao encontrar com a taça, o "Capita" se mostrou confiante pelo hexacampeonato da seleção brasileira. Mesmo apontando outros três fortes candidatos ao título, Torres acredita numa grande possibilidade da conquista verde e amarela.
"Podemos apostar Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha como grandes candidatas. Espero que tenhamos condições de realizar uma linda Copa do Mundo, com uma grande organização, e logicamente que com o meu Brasil campeão do mundo. Não quero dizer antecipadamente que seremos campeões, mas temos grandes chances de conseguir esse título. Temos uma equipe muito boa e podemos sim repetir a conquista que as outras cinco seleções já tiveram", disse.
O craque ainda aproveitou para relembrar a conquista de 1970, onde além de levantar a taça de campeão, chegou a marcar o gol do título brasileiro, sobre a Itália: "Foi uma vitória muito bonita da seleção brasileira. Eu, como capitão, fazer o último gol, que até hoje as pessoas lembram, também foi muito emocionante. Recentemente estive no estádio Asteca e relembrei todos aqueles momentos da final da Copa de 1970. É muito difícil apagar da memória. Sempre ficará marcado".
Ídolo confia em recuperação Neymar e experiência Julio César
A pouco menos de dois meses para o início da Copa do Mundo, Torres não parece se preocupar com um dos assuntos que mais chamou atenção na última semana. A lesão no pé esquerdo de Neymar, que deve tirar o craque do fim de temporada do Barcelona, não assusta o "Capita". Diante da confirmação do médico da Seleção, Dr. Jose Luiz Runco de que o camisa 10 estará recuperado ainda restando um bom tempo para a estreia no Mundial, o fato não toma o centro das atenções do ídolo.
"O Neymar infelizmente teve essa contusão, mas pelo que tenho acompanhado não é tão séria como parecia no início. Ele vai se recuperar, até o médico da Seleção já disse que entre três ou quatro semanas ele estará recuperado. Ainda faltará um mês e meio para o início da Copa. Vai dar tudo certo", disse.
Torres também aproveitou para reforçar a importância do goleiro Julio César na equipe de Felipão: "É um grande jogador, tem muita experiência. Mesmo longe dos grandes centros do futebol ele merece a confiança do treinador e, consequentemente, irá receber o apoio de todos os brasileiros. Tenho certeza que ele vai se sair muito bem", acrescentou.
Trabalho de Felipão é reconhecido: 'Sabe preparar o time'
Luiz Felipe Scolari retornou ao comando da seleção brasileira após dez anos afastado e logo de cara conquistou o título da Copa das Confederações. Agora, o treinador terá a missão de levar a seleção brasileira ao hexacampeonato mundial e tem o total apoio de Carlos Alberto Torres. Apostando todas as fichas no trabalho do treinador, o Capita garante que a experiência de Felipão e do auxiliar Parreira podem fazer a diferença na Copa.
"Nossa equipe tem um bom comando com Felipão e Parreira. São grandes profissionais e estão trazendo toda a experiência de como se prepara o time para uma Copa. O grande trabalho é como preparar o grupo para chegar na final. É nessa hora que você passa a ter 50% de chances de levantar a taça", analisou.
Quando o assunto é a escolha pelos jogadores que vão defender a Amarelinha na Copa, Torres também deixa a responsabilidade para Felipão. O ídolo, no entanto, não poupa elogios para os atletas que estão a disposição da comissão técnica.
"O futebol brasileiro está numa fase de transição de gerações. Terminou uma em 2010 e agora está se iniciando uma outra e muito boa por sinal. O melhor atacante? É melhor perguntar ao Felipão (risos). Temos o Fred, o Jô e o próprio Diego Costa, que acabamos perdendo pela naturalização. Temos ótimos jogadores e em bom número para conquistar mais essa Copa do Mundo", concluiu.
Nesta manhã, o público já começou seu encontro com o troféu. A Taça da Copa do Mundo continuará exposta no Rio até essa sexta-feira. O evento organizado pela Coca-Cola acontece das 9h às 21h com entrada pelo portão 3 do Maracanã. A visitação com o tour completo acontece através do agendamento no site oficial da patrocinadora. De outro lado, quem não contou com a parceria pode se direcionar diretamente à arena montada no Maraca para visitar a desejada taça.