Rio - O técnico Luiz Felipe Scolari convocou uma Seleção renovada para a disputa da Copa do Mundo. Apenas seis jogadores do elenco estiveram presentes em um Mundial: Julio Cesar, Thiago Silva, Daniel Alves, Maicon, Ramires e Fred. Em entrevista ao O DIA, para série Pitaco de Campeão, Bebeto, um dos heróis da conquista do tetracampeonato do Brasil, falou sobre a falta de experiência da maioria dos convocados e ressaltou a confiança nos jogadores com maior bagagem.
"Pesa, sim, faz diferença. Mas temos Fred, Thiago Silva, Daniel Alves e Maicon com experiência em mundiais, então, estou torcendo. Espero que a inexperiência não nos atrapalhe", afirmou.
Bebeto tem consciência do papel de protagonista no título de uma Copa do Mundo. Ao lado de Romário, formou uma dupla fundamental em 1994. Para o torneio deste ano, o ídolo brasileiro prefere não apontar nenhum destaque. Na sua visão, a força do grupo é determinante no caminho para levantar a taça.
"Não gosto de eleger ninguém como destaque. Espero que todos brilhem. Todos falam muito do Neymar e estão colocando um peso muito grande nas costas do garoto. Ele precisa ficar tranquilo, trabalhar sem pressão, porque isso só atrapalha. Mas repito: um jogador sozinho não ganha o mundial, todos têm que trabalhar unidos", analisou.
Bebeto também foi campeão da Copa América de 1989 e a Copa das Confederações de 1997. Aos 50 anos, com larga experiência em competições internacionais pela Seleção, o membro voluntário do conselho administrativo do Comitê Organizador Local (COL) destaca que o percurso para conquistar o hexa não será fácil.
"As Seleções de tradição são fortíssimas. Alemanha, Itália, Argentina e do Uruguai são muito perigosas", disse.
Além da complexidade natural da competição, o Brasil entrará pressionado para ser campeão em casa. Na opinião do ex-jogador, a Seleção deve reverter a pressão a seu favor.
"Os jogadores não podem deixar se abalar por essa pressão. Pelo contrário, precisam usar isso como um ponto a favor. Eu não tive a oportunidade de jogar uma Copa do Mundo em casa e, agora, estou tendo a chance de participar dos bastidores e sei que é uma oportunidade única. Não podemos desperdiçar isso", afirmou.
Apesar das dificuldades de ganhar o título em solo brasileiro, o tetracampeão possui plena confiança em Felipão. Para confirmar o seu pensamento, Bebeto usou o exemplo da Copa das Confederações, quando a seleção brasileira ergueu a taça com autoridade, vencendo adversários difíceis, como: Itália, Uruguai e Espanha.
"A minha expectativa é sempre a melhor, penso positivo sempre. Acredito que podem ter um ótimo desempenho e torço para que sejamos hexacampeões. É bom lembrar que na Copa das Confederações de 2013 também não estavam dando crédito aos meninos e eles venceram. Felipão está fazendo um trabalho espetacular e estou confiante", concluiu.
Título mundial 1994 não sai da memória
A tarde de 17 de julho de 1994, no estádio Rose Bowl, nos Estados Unidos, é inesquecível para o Brasil. A vitória da Seleção, nos pênaltis, por 3 a 2, sobre a Itália, encerrou um jejum de 24 anos sem títulos mundiais. O último havia sido na Copa de 1970, com Pelé e cia.
Além da fase terrível no futebol, o Brasil ainda se acostumava a viver sem um dos seus maiores ídolos: Ayrton Senna. O piloto morreu um mês antes, no dia primeiro de maio, vítima de um acidente no Grande Prêmio de San Marino. Diante desse cenário sombrio, Bebeto comemora a conquista, principalmente pela felicidade proporcionada ao povo brasileiro. .
"Foi um momento incrível, uma felicidade enorme que ajudei a proporcionar ao povo brasileiro. O tetracampeonato. Sempre que toco no assunto passa um filme na minha cabeça. É muito emocionante", disse.
