Por pedro.logato

Rio - Quase mil jornalistas vão acompanhar o dia a dia da seleção brasileira, a partir de segunda, na Granja Comary. Eles buscarão saber tudo sobre os treinos de Neymar, os testes físicos de David Luiz e o posicionamento tático de Oscar. No entanto, um publicitário terá visão mais privilegiada sobre o que acontecer no gramado. Paulo Colombo é o dono da única casa de Teresópolis com vista completa para o local da preparação do time comandado por Luiz Felipe Scolari: “Aqui o Felipão não tem treino secreto”, brinca.

Aposentado sofreu um ataque cardíaco há 45 dias e está se restabelecendo. Ele está empolgado com a Copa do Mundo e garante que ver o Brasil é o que mais gosta de fazer. Paulo só lamenta não poder beber, mas a restrição não deverá durar muito, já que o médico o liberou para tomar um vinho para acompanhar os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo.

Paulo Colombo é o dono da única casa de Teresópolis com vista completa da GranjaCarlos Moraes / Agência O Dia

“Torço para a Seleção muito mais do que para o Fluminense, que é o meu time do coração. E torço em qualquer esporte”, garante Colombo, que não vê a cidade no clima de um Mundial no Brasil.

“Teresópolis não está no clima de Copa do Mundo. As pessoas não falam nisso. Só quem está no clima é o prefeito, que colocou bandeira na cidade inteira”.
O publicitário, que trabalha prestando consultoria, foi veemente em dizer que a grama da Granja Comary não foi trocada para uma “padrão Fifa”, como garante a CBF. Para ele, foi, no máximo, reformada:

“O campo 1 foi mexido em dezembro, e, mesmo assim, só raspado. O número 2 também só rasparam e mesmo assim foi no mês passado”.

Prefeitura gastou R$ 115 mil

A cidade de Teresópolis está toda ornamentada com as cores verde e amarelo. Bandeiras da seleção brasileira e de outros países que disputarão a Copa do Mundo estão por toda a parte, mas isso tem um custo: R$ 115 mil.

O Sindicato dos Comerciantes de Teresópolis calcula que no período do Mundial as vendas aumentarão cerca de 20%, enquanto os hotéis terão um aumento médio de 30%.

Não é só o prefeito Arlei Rosa que está animado. O faxineiro Amadeu Bastos, de 63 anos, já enfeitou o posto de gasolina onde trabalha e está confiante no hexacampeonato.

“Estou muito animado. Vai dar Brasil. Queria ir na Granja, mas por causa do trabalho, não vou conseguir”, lamenta Amadeu.

Visitas sob a chancela de Rabecão

A partir de segunda, o acesso de visitantes a Granja Comary será vetado. Mas com um sorriso. Andre Rabecão, de 39 anos, trabalha na portaria do condomínio onde fica a concentração da Seleção. Há 12 anos na função, ele já viu muitos craques passarem por ali.

“O Ronaldo é gente boa. O Pato, também. O Adriano é muito humilde. Uma vez, quando estava aqui, uns amigos vieram visitá-lo em um Voyage velho. Ele liberou na hora. Na outra vez, veio um grupo de pagode falar com ele. Acho que o nome era Imperou”, conta Rabecão, que não curtiu muito o ex-lateral Roberto Carlos. “Mascarado. Pedi para tirar uma foto e ele me chamou de boleiro”.

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