São Paulo - No que depender de Hélio Loureiro, chef de cozinha da seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo vai saborear seu prato favorito na passagem pelo Brasil. Mas, para isso, há uma condição: “Ele tem que levar Portugal à final e ser campeão do mundo.”
O Bacalhau à Brás faz parte das memórias de infância do craque. É uma das especialidades da mãe, Dolores Aveiro, que o preparava nos tempos em que a família vivia na freguesia de Santo Antônio, no Funchal, capital da Ilha da Madeira, onde o craque nasceu e viveu até os 11 anos, quando saiu para conquistar o mundo.
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Conciliar o que chama de cozinha do imaginário com a dieta funcional dos atletas é um dos maiores desafios do responsável gastronômico, como é chamado em Além-Mar, do Selecionado das Quinas: “Os jogadores não vivem apenas de sais mineiras, proteínas e carboidratos. É preciso alimentar o imaginário também.”
Ele vai trabalhar em parceria com o francês Daniel Valay, o chefe da cozinha do Royal Palm, em Campinas, hotel que será a base portuguesa. Helio Loureiro garante que a sua gastronomia emotiva não gera atritos com os responsáveis pela nutrição do time: “Conheço os alimentos e as suas restrições. Tento harmonizar a parte artística e técnica na cozinha.”
Na seleção de Portugal, ele já trabalhou com seis comandantes, incluindo Luiz Felipe Scolari, de quem se considera amigo e tem ótimas lembranças e histórias: “Como todo bom gaúcho, o Scolari gosta muito de churrasco. E odeia escargot (molusco). Quando comíamos esse prato, levantava da mesa furioso dizendo que não entendia como alguém poderia gostar daquilo.”