Minas Gerais - O sol caía no fim da tarde no bairro do Horto, em Belo Horizonte, enquanto milhares de torcedores contavam no relógio a hora de ver Messi & Cia. Um cenário em que camisas azul e brancas se misturavam com o verde e amarelo, não lembrando nem de longe a rivalidade histórica entre Brasil e Argentina.
Quando o camisa 10 argentino entrou em cena, o que se viu foram cenas de amor e pura idolatria ao craque, algo jamais imaginado no país do futebol. Até mesmo a bem comportada torcida mineira saiu do sério e alguns torcedores invadiram o campo no final do treino, tentando se aproximar do ídolo.
“Eu quase caí na hora de pular, mas valeu a pena. Consegui a camisa do Messi. Não consegui falar com ele, mas o Messi me abraçou e me deu uma camisa. Ganhei hoje o melhor presente de aniversário da minha vida. Estou muito feliz”, afirmou o pequeno Iago Marcelo, 12 anos, que mora bem perto do estádio.
Figurinha carimbada do Independência por frequentar os jogos do Atlético-MG, , Robinson Oliveira, 23 anos, sósia de Ronaldinho Gaúcho, arrancou risadas do astro argentino, que ficou surpreendido com a semelhança com seu ex-companheiro do Barcelona. Após se ajoelhar diante do camisa 10, Robinson ganhou também o seu troféu: um agasalho.
“Eu precisava pegar na mão desse cara, era uma oportunidade única, não podia deixar escapar. Era meu sonho chegar perto dele. Foi a primeira vez que invadi um campo, mas não me arrependo”, disse o sósia, que cortou a mão na hora de pular a grade.
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A invasão da torcida foi o momento mais marcante do treino do técnico Alexandro Sabella, que durou 42 minutos. Os hermanos chegaram pontualmente às 18h no estádio. Messi foi o primeiro a pisar no gramado, levando ao delírio os 10 mil torcedores presentes, sob os gritos de “Olê, olê, olê, olê, Messi, Messi!”. Após uma leve corrida, houve uma animada disputa de futevôlei até a invasão mal contida pela segurança.
Antes do treino, um show de amor ao futebol
Antes do treino no Independência, o clima foi também de euforia e camaradagem entre os torcedores que ganharam o direito de ver seus ídolos de perto. Abraçados, os amigos Bruno e André davam uma prova de civilidade e amor ao futebol, sem perder o bom humor.
“A gente aprecia o bom futebol da Argentina, mas sem deixar de dar uma secada. Afinal, o Brasil está acima de tudo. Mas eu vim aqui torcer pelo Messi e não quero que ninguém se machuque. A Copa do Mundo precisa de craques. Deixa eles chegarem, pois na final o Messi não vai fazer nada mesmo”, garantiu o estudante André Carvalho, de 24 anos, provocando o amigo com a camisa dos hermanos.
O excesso de otimismo de André não parecia incomodar Bruno, brasileiro de nascimento, mas argentino de coração. “Nasci torcendo pela Argentina, meu pai não consegue entender isso até hoje, ele diz que sou o único errado da família, mas me sinto bem assim. Estou muito feliz de hoje poder ver Messi e Di Maria de perto, são craques”, garantiu Bruno de Oliveira, de 19 anos.