Rio - Dois jogos, duas derrotas. Sete gols sofridos, apenas um marcado. Atual campeã mundial, a Espanha deu adeus às chances de classificação às oitavas de final da Copa de 2014 antes mesmo da conclusão da fase de grupos. Uma campanha vexatória, que deve ter efeitos futuros no elenco e na filosofia de jogo, que renderam uma hegemonia de seis anos à seleção europeia, vencedora também das últimas duas edições da Eurocopa.
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A eliminação precoce, após a derrota para o Chile nesta quarta, deve acelerar a aposentadoria de dois símbolos da geração mais vencedora do futebol espanhol: Iker Casillas e Xavi Hernandéz. O goleiro, capitão da equipe treinada por Vicente del Bosque, cometeu falhas nas duas partidas da Copa e, aos 33 anos, tende a abrir espaço para a renovação na posição. Já o meia do Barcelona, que está próximo de trocar de clube, não chegou ao Mundial em boas condições físicas.
Após a atuação apática contra a Alemanha, ele ficou no banco contra os chilenos e, com 34 anos, pode encerrar sua trajetória defendendo o país. O volante Xabi Alonso e o atacante David Villa, ambos de 32, são outros veterano próximos da despedida.
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Uma peça fundamental para os sucessos recentes da seleção europeia naufragou neste Mundial: a defesa. O setor formado por Sergio Ramos e Piqué na zaga, que sofreu apenas seis gols somadas as três últimas campanhas vencedoras da Espanha (Copa 2010 e Eurocopas de 2008 e 2012), foi vazado sete vezes em duas partidas no Brasil. As dúvidas sobre a eficiência defensiva já pairavam desde a derrota por 3 a 0 para o Brasil na final da Copa das Confederações do ano passado.
O tiki-taka, estilo de jogo com intensa troca de passes e valorização da posse de bola, não deve ser deixado de lado, pois é praticado pela seleção espanhola desde as categorias de base, mas adaptações para torná-lo mais objetivo ofensivamente podem acontecer. O próprio Del Bosque visualizou essa necessidade após a goleada por 5 a 1 aplicada pela Holanda, na Fonte Nova.
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Com contrato válido até a Eurocopa de 2016, o treinador se vê pressionado em acelerar o processo de renovação da equipe principal em busca do tricampeonato continental. A Espanha é a atual campeã europeia sub 21 e deposita esperanças na continuidade do alto nível em nomes como o goleiro De Gea e os meias Koke e Thiago Alcântara.
Reportagem: Thiago Rocha