Por rafael.arantes

Manaus - Foi na garra! O último minuto da partida contra os EUA garantiu a manutenção de Portugal na Copa do Mundo. Os cinco minutos de acréscimos dados pelo árbitro Nestor Pitana ajudaram a equipe de Cristiano Ronaldo a se manter respirando no Mundial. Os lusos chegaram a sair na frente no placar, mas não conseguiram segurar a pressão norte-americana e sofreram a virada no segundo tempo. O placar selava a eliminação portuguesa, mas, no último lance, Cristiano Ronaldo apareceu para o jogo, fez bom cruzamento e viu Varela marcar o gol de empate: 2 a 2. Sobrevida para os portugueses.

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A situação portuguesa, no entanto, é bem delicada. Os lusos precisam ganhar de Gana e torcer para que haja um vencedor no duelo entre Alemanha e Estados Unidos. Além disso, precisa tirar a diferença no saldo de gols (Portugal tem menos quatro de saldo). Agora, as equipes voltam a campo às 13h de quinta-feira. Portugal vai até Brasília para enfrentar os africanos, enquanto os EUA enfrentarão os alemãs na Arena Pernambuco e poderão empatar para avançar às oitavas de final.

Ainda vivo, mas... Portugal garante empate no último minuto mas tem situação delicada na CopaErnesto Carriço

O jogo começou agitado e não demorou muito para Portugal conseguir dar o primeiro passo para a volta por cima. A zaga americana falhou e viu Nani aproveitar o cruzamento de André Almeida para abrir o placar. O gol logo nos primeiros minutos fez a seleção americana acordar para a partida e começar a buscar o ataque com mais intensidade.

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Se as coisas começaram bem para Portugal, a história mudou aos 14 minutos. Sentindo fortes dores na coxa, Helder Postiga caiu no gramado e foi substituído por Éder. Mais um susto para a comissão técnica portuguesa na Copa do Mundo. Os Estados Unidos não cogitavam deixar a Arena Amazônia derrotada e foram com tudo para o ataque. Dempsey era o mais acionado e teve boas chances de gol, chegando a assustar o goleiro Beto numa bomba de fora da área, que acabou indo para fora.

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Após ter conquistado a vantagem no placar, Portugal passou a sofrer dificuldades para chegar com sucesso ao ataque. Cristiano Ronaldo, que esboçou um bom início de partida, passou a ficar apagado e sequer conseguia ter espaço para jogar na Arena Amazônia. Os Estados Unidos, por sua vez, eram só ataque. Beto tinha problemas para suportar o bombardeio americano: a distância não era problema para os atacantes de Klinsmann.

A alternativa de Portugal era sair nos contra-ataques. O bom sistema defensivo dos Estados Unidos, no entanto, complicava a vida dos lusos. Cristiano Ronaldo, na primeira vez que achou um espaço, arriscou de longe, mas não levou perigo ao gol de Howard. O ritmo de jogo era intenso e, sob o forte calor de Manaus, o árbitro Nestor Pitana promoveu uma parada técnica e autorizou que os atletas se hidratassem no banco de reservas.

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O jogo ficou ainda mais intenso no fim do primeiro tempo. Se Cristiano Ronaldo desperdiçou boa chance em cobrança de falta, Nani quase fez o segundo gol na partida aos 44 minutos. Após acertar a trave, o atacante pegou o rebote e viu Howard se esticar para fazer grande defesa e salvar a equipe norte-americana.

Estados Unidos aperta jogo português e faz boa partida na Arena AmazôniaErnesto Carriço

O segundo tempo começou no mesmo ritmo agitado do primeiro. Buscando mais o jogo, Portugal teve uma boa chance de ampliar a vantagem logo aos dois minutos após nova falha da defesa americana. Como resposta, os EUA contaram com um desvio de Miguel Veloso para obrigar Beto a fazer grande defesa e salvar os lusos.

A velocidade levou os EUA a uma grande chance ainda no início do primeiro tempo. Após arrancar pela direita, a equipe americana viu Bradley acertar um bom chute sem chances para o batido Beto. Foi aí que Ricardo Costa entrou em ação e salvou Portugal ao se atirar e livrar a bola em cima da linha.

Portugal não conseguiu segurar a pressão dos EUA por muito tempo. Foi aos 19 minutos que Jones aproveitou a sobra após cobrança de escanteio e acertou um chutaço de fora da área: Beto batido e tudo igual na Arena Amazônia. Após sofrer o empate, o time de Paulo Bento ainda teve duas boas chances de reconquistar a vantagem imediatamente, mas desperdiçou de maneira incrível os dois lances.

Se o jogo continuou agitado por toda a segunda etapa, o clima inflamou ainda mais aos 35 minutos. O atacante Dempsey brilhou. Foi de barriga que o craque marcou o gol da virada dos EUA e entrou para a história das Copas sendo um dos poucos jogadores a fazer gols em três Mundiais.

Os últimos minutos marcaram um verdadeiro drama para a equipe de Portugal. No desespero, a equipe se projetou para o ataque, mas teve dificuldades para superar a zaga norte-americana. Os EUA se fecharam ainda mais no setor defensivo e formaram uma verdadeira barreira para segurar os rivais nos cinco minutos de acréscimos apontados pelo árbitro argentino. O que os americanos não esperavam era um lance de maestria de Cristiano Ronaldo logo no último minuto: o melhor jogador do mundo fez cruzamento incrível e Varela mandou para o fundo da rede: tudo igual no placar e alívio para os portugueses.

EUA 2x2 Portugal

Estádio: Arena Amazônia (Manaus)
Público: 40.123
Árbitro: Nestor Pitana (Argentina)
Gols: Nani (5' do 1ºT), Jones (19' do 2ºT), Dempsey (35' do 2ºT) e Varela (49' do 2ºT)
Cartão amarelo: Jermaine Jones (EUA)
Cartão vermelho: -

EUA: Howard, Fabian Johnson, Cameron, Besler, Beasley; Jermaine Jones, Beckerman, Bedoya (Yeolin), Bradley, Graham Zusi (Gonzalez); Dempsey (Wondolowski). Técnico: Jürgen Klinsmann.

Portugal: Beto, João Pereira, Ricardo Costa, Bruno Alves, André Almeida (William Carvalho); Miguel Veloso, João Moutinho, Raul Meireles (Varela); Nani, Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga (Éder). Técnico: Paulo Bento.

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