Rio - Agora que foram definidas as 16 seleções que participarão das oitavas de final, vale torcer para que tenhamos semifinais que honrem a designação de Copa das Copas para esta versão do torneio. Que me desculpem Costa Rica, México, Colômbia, Bélgica e Chile, que fizeram um belo papel na fase de grupos, mas Copa do Mundo é pra gente grande. Assim, bom mesmo será ter, nas semifinais, Brasil contra Alemanha e Argentina contra Holanda.
No futebol, antiguidade na galeria de vencedores é posto. Dos 209 países filiados à Fifa, apenas oito — 3,8% do total — já foram ganhadores de, pelo menos, uma Copa. Brasil, com cinco títulos, e Itália, com quatro, têm quase a metade das conquistas.
A relação lembra até aquelas tabelas sobre concentração de renda no mundo; uns poucos têm muito, a grande maioria é obrigada a se contentar com pouco ou quase nada. Inventora do esporte, a Inglaterra esnobou as três primeiras copas — achava-se muito superior às demais seleções. Depois que entrou na roda, demorou cinco edições para comemorar o título.
A França, que teve craques como Just Fontaine e Platini, esperou muitas gerações para levantar a taça. Volta e meia apontada como favorita, apenas em 2010 é que a Espanha conseguiu seu campeonato. Marrentos e talentosos desde sempre, os argentinos também gramaram: a primeira Copa deles seria conquistada na décima-primeira disputa.
Ou seja, não é nada fácil entrar para a lista de campeões do mundo. Entre os favoritos que sobraram, a Holanda é a única que tem condições de levantar o dedo e reivindicar um lugar no clube. Afinal de contas, foi vice por três vezes (e tomara que não passe da prata para o ouro aqui na nossa casa). Esta bela Copa merece ver o confronto entre as quatro das seis maiores seleções que ainda estão na briga a França e o Uruguai também poderiam estar na relação, mas deverão ficar pelo caminho. As disputas serão boas para nós e para craques como Neymar, Müller, Messi e Robben. Todos merecemos os grandes jogos que virão.