O técnico Tite sofreu apenas duas derrotas à frente da Seleção, mas a para a Bélgica foi fatal - AFP
O técnico Tite sofreu apenas duas derrotas à frente da Seleção, mas a para a Bélgica foi fatalAFP
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Rússia - Ao assumir a Seleção, em junho de 2016, Tite encontrou uma equipe em crise, desacreditada e ameaçada de ficar fora da Copa do Mundo. Teve mérito de fazê-la apresentar bom futebol e de transformá-la em uma das favoritas ao título. Mas, na Rússia, o treinador cometeu erros que podem ter sido determinantes para a eliminação, nas quartas de final, para a Bélgica. São lições que merecem ser aprendidas para o Catar-2022, caso permaneça no cargo.

Aos olhos do torcedor, a falha mais grave talvez tenha sido a manutenção de Gabriel Jesus como titular. O camisa 9 saiu da Copa sem fazer gol e seguiu com chances por convicção do treinador, apesar de o reserva Firmino estar em fase melhor e ter correspondido, inclusive balançando a rede. Outro caso foi o de Paulinho, mantido entre os titulares mesmo com atuações ruins e substituído nos cinco jogos.

A demora nas substituições também aconteceu com frequência, assim como opções questionáveis, como na estreia contra a Suíça e até mesmo diante da Bélgica, quando manteve Gabriel Jesus após o intervalo. Sem falar na convocação de Taison, chamado apesar de ter características parecidas com as de Willian e de Douglas Costa. Como esperado, nem sequer entrou e, no fim, o Brasil acabou não tendo variações de jogadores no ataque.

Já a manutenção de Paulinho também tem a ver com outros dois erros de Tite e sua comissão técnica. Um dos possíveis substitutos do volante poderia ser Fred, mas o jogador levou uma pancada de Casemiro no tornozelo direito em um treino antes da Copa e não foi cortado porque a comissão entendeu que poderia recuperá-lo a tempo.

Erro de avaliação que custou caro: Fred passou toda a Copa em tratamento, e, após a derrota para a Bélgica, o treinador confirmou que ele não tinha condições de jogo. "Fred teve problema da pancada e não conseguiu fazer sua recuperação total", explicou Tite.

PROBLEMAS FÍSICOS PESAM

A questão física também foi outro problema. Teria havido erro de avaliação na carga de trabalho, o que ocasionou, segundo o site UOL, as dores no joelho esquerdo de Renato Augusto antes de a Copa começar (ele quase foi cortado). O jogador, autor do gol no jogo contra a Bélgica, poderia ter sido outra opção para jogar no lugar de Paulinho, mas não tinha condições físicas de atuar os 90 minutos. Sem falar nos problemas musculares com Danilo (na região do quadril) e Douglas Costa (coxa direita, após se recuperar de outra lesão durante o pré-Copa). Em função desses desfalques, Fagner e Willian, que foi mal no torneio, se mantiveram como titulares.

"A equipe voou fisicamente, não dá para falar. Não foi isso que fez a diferença", discordou Tite.

A Seleção também sofreu foi com o rodízio de capitães. Sem querer colocar o peso da responsabilidade em apenas um jogador, Tite optou por rodar a faixa e, no fim do jogo, quando precisou de alguém para pressionar o árbitro contra a cera belga, ninguém apareceu para reclamar.

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