Retorno de Bruno Henrique foi um dos poucos motivos que o torcedor do Flamengo teve a comemorar em 2023Marcelo Cortes/Flamengo

Um ano que poderia ser de muita alegria, com a possibilidade de sete títulos, inclusive do Mundial de Clubes, chega ao fim de setembro com a final da Copa do Brasil como um bote de salvação. Ainda assim, mesmo que supere a derrota no Maracanã por 1 a 0 e seja campeão em cima do São Paulo no Morumbi, no domingo (24), às 16h, a conquista apenas servirá para tornar um pouco menos melancólica a decepcionante temporada, cheia de resultados ruins, problemas e crise para o elenco mais caro do Brasil.
Sem marcar há três partidas, o que não acontecia há sete anos, o Rubro-Negro terá de conseguir uma vitória por dois ou mais gols de diferença para ser pentacampeão da Copa do Brasil. Ou pelo menos por um de diferença, para levar para os pênaltis.
Algo que, para muitos, é difícil de imaginar pelo momento atual do time, mas possível pela qualidade que tem. Convivendo com lesões e sem entendimento do trabalho de Jorge Sampaoli, o elenco do Flamengo busca uma forma de se encontrar na última chance real de título, após quatro vices (Taça Guanabara, Carioca, Supercopa e Recopa) e duas eliminações precoces (Mundial e Libertadores), além de Brasileirão ruim em que está distante do líder Botafogo.

Decepções em série

O ano até agora foi recheado de decepções, crise, protestos da torcida e até agressões no departamento de futebol, além de derrotas humilhantes (4 a 1 para o Fluminense na final do Carioca, 3 a 0 para Cuiabá e Athletico-PR e 4 a 0 para Bragantino no Brasileirão). Sem falar na troca de técnicos (saída de Dorival, Vítor Pereira e agora Sampaoli) sem resolver os graves problemas do time.
Por isso, os jogadores do Flamengo têm a oportunidade de reduzir a mancha na imagem diante da torcida, que respingou até mesmo em ídolos, como Gabigol e Everton Ribeiro. O atacante, aliás, está longe de ser aquele jogador decisivo e vive relação estremecida com os rubro-negros.
Em má fase, com cinco gols nos últimos 20 jogos, Gabigol só marcou em um de seis partidas disputadas em finais na temporada (fez dois na derrota por 4 a 3 para o Palmeiras, pela Supercopa). É a última chance dele voltar a mostrar faro artilheiro e fazer valer o seu status, assim como muitos do grupo que também não vivem bom momento.
Diante de tantos problemas, o título da Copa do Brasil não irá apagar a temporada decepcionante. Mas pelo menos pode evitar que seja ainda pior e impedir que a pressão cresça ainda mais.