Rio - Maior ídolo da história do Flamengo, Zico analisou o sorteio da Libertadores, realizado na última segunda-feira (18), que colocou o Rubro-Negro no Grupo E, ao lado de Bolívar-BOL, Millonarios-COL e Palestino-CHI. Na opinião do Galinho, o maior problema para o time carioca será enfrentar dois adversários que atuam na altitude.
Para jogar contra o Bolívar, em La Paz, o Flamengo terá pela frente mais de 3.600 m de altitude. O estádio onde o time boliviano manda seus jogos é o segundo mais alto da Libertadores. Já Bogotá, cidade onde o Millonarios manda suas partidas, está 2.600 m acima do nível do mar.
"Por mais que a preparação hoje em dia seja diferente, lá em cima (na altitude) não há preparação que dê jeito. Eu sofri muito lá. Teve jogo que não consegui nem sair do hotel pois estava passando mal. Jornalistas também sofrem. É um absurdo que ainda se permita jogar futebol em locais que não têm a menor condição. É como se na Europa você jogasse no frio, com cinco ou seis graus negativos", opinou o ídolo rubro-negro durante a inauguração de uma estátua de cera em sua homenagem, no AquaRio, nesta terça (19).
"Acho que o grande adversário do Flamengo será esse (altitude). Você não tem tempo de adaptação, é jogo em cima de jogo. O Flamengo joga de três em três dias. Os jogadores vão precisar entender e se resguardar, se preocupar com descanso, alimentação e treinamento neste período, que exigirá mais sacrifícios", pontuou o ex-jogador.
Durante o evento, Zico também defendeu a convocação de Pedro para a seleção brasileira, alegando que o atacante do Flamengo tem características que seriam importantes para a equipe. No entanto, fez questão de valorizar a reformulação promovida por Dorival Júnior.
"A convocação, se eu tivesse que levar um jogador, seria o Pedro, porque eu não vejo na Seleção hoje, pela forma de jogar do próprio Dorival, um jogador com aquela característica que o Pedro tem. Pelo momento que ele vive com a camisa do Flamengo também. Mas eu sempre respeitei a convocação de quem quer que seja, porque ele é que é o homem responsável por isso. No final é a cabeça dele que vai rolar, então ele tem que ter todo o direito de levar quem ele quiser", declarou.
"O Brasil hoje não atravessa um grande momento, perdendo para seleções de nível mais baixo. Hoje se encontra numa posição muito ruim nas eliminatórias, atrás de seleções bem mais fracas. Então ele tem todo o direito de fazer mudanças, escolhas. Eu não vejo porque muita gente está falando em relação a isso, dele ter levado por mais jogadores que jogam no Brasil do que está no exterior. Se estivessem bem, aí é uma coisa. Mas no jeito que está, não tem que reclamar de nada, não. Tem que deixar de trabalhar", finalizou o ídolo rubro-negro.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.