O julgamento do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) sobre a expulsão de Bruno Henrique, que motivou a investigação de manipulação de partida e a operação da Polícia Federal nesta terça-feira (5), converteu a pena do atacante do Flamengo em advertência. Na sessão que aconteceu em 21 de novembro de 2023, os auditores, inclusive, discordaram do primeiro cartão amarelo.
O Tribunal entendeu que a suspensão automática pela expulsão era suficiente ao julgá-lo pelo artigo 258 (desrespeitar arbitragem) do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. Mais de um auditor citou que não considerou falta do jogador do Flamengo no lance em que recebeu o amarelo.
Veja mais: Fla confirma Bruno Henrique em jogo: 'Desfruta da nossa confiança'"Eu também não vi contato. O árbitro já foi dando o amarelo, provavelmente isso que o irritou. (Bruno Henrique) Foi tomar satisfação e claramente se excedeu, xingou o árbitro. Mas as palavras foram de jogo: 'Seu m...'. Não vi grande gravidade", afirmou à época o relator Diogo Maia em seu voto.
A falta aconteceu aos 50 minutos do segundo tempo do jogo Flamengo 1x2 Santos, em 1º de novembro, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro. Soteldo dá um drible em Bruno Henrique e pouco depois para, reclamando de falta. O árbitro Rafael Klein na hora puxa o cartão amarelo.
Mais de 50 Policiais federais e seis promotores de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) cumprem 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça do Distrito Federal, nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano, Minas Gerais, Lagoa Santa, Minas Gerais, e Ribeirão das Neves, Minas Gerais. A operação também conta com o apoio do Gaeco de Minas Gerais.
Bruno Henrique é suspeito de ter tomado cartões na partida entre Flamengo e Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, para beneficiar apostadores. Dados obtidos junto às casas de apostas, por intermédio dos representantes legais indicados pela Secretaria de Prêmios de Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF), apontaram que as apostas teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração.
A investigação teve início a partir de comunicação feita pela Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, há suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro.