Marcio Tannure encerrou passagem pelo Flamengo ao ser demitido no início de 2025Alexandre Vidal/Flamengo
Ex-médico do Flamengo critica nova diretoria por contratar 'aposentados'
Marcio Tannure não vê profissionalismo em demissões no departamento médico
Chefe do departamento médico do Flamengo até o fim de 2024, Marcio Tannure foi demitido pela nova gestão, do presidente Luiz Eduardo Baptista, o Bap. E o profissional não guardou críticas à diretoria e a José Luiz Runco, novo diretor médico geral do clube, que estava fora do Rubro-Negro há 10 anos.
"O cara (Bap) diz que vem profissionalizar e traz só pessoas que estavam aposentadas, há mais de 10 anos fora do mercado. Você manda (embora) todos os funcionários que investiu, que você educou, perdeu tempo desenvolvendo, paga a rescisão de todos, para jogá-los no mercado para os outros clubes. Isso é profissionalismo ou pessoalismo?", afirmou Tannure em entrevista ao Charla Podcast.
O médico, demitido em 4 de janeiro, refere-se ao processo de reestruturação do departamento médico do Flamengo, promovido por Runco. Mais de 40 profissionais foram demitidos, o que causou grande mal-estar no futebol e no CT do Ninho do Urubu, o que obrigou a diretoria a voltar atrás e manter muitos nomes.
Além disso, Runco e Tannure tornaram-se desafetos ao longo dos seis anos em que trabalharam juntos. Muitos dos demitidos tinham forte relação com o segundo, enquanto Runco não trabalha em clube desde que saiu do Rubro-Negro.
"É que nem político, depois de eleito muda. De profissionalismo não teve nada. Óbvio que tem muitas coisas erradas, acho que precisavam ser mudadas. O grupo que se formou lá ganhou o que nunca foi ganho em nenhum outro clube. Por isso digo que é zero profissionalismo, para mim é politicagem", prosseguiu.
A relação entre os dois ficou ainda pior após o pedido de demissão de Guilherme Runco, filho do hoje diretor do clube, em 2017, dois anos depois do pai.
"Não tenho nada contra ninguém. Até quando o presidente (Bap) me desligou, falou: 'Ele (Runco) vem como diretor, foi um acordo político'. Foi até sincero comigo nesse sentido. Eu não teria problema em trabalhar com ele. Vocês podem ir no RH e ver que foi o filho dele que pediu para sair, eu não queria, pedi para ele ficar. Estou pagando o preço de algo que eu nem fiz", completou Tannurte.
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