Rio - No dia 17 de novembro de 1895, seis jovens tiveram a ideia de criar um grupo de remo para disputar com clubes de outros bairros e a atenção das meninas cariocas. Assim, na casa de número 22 da Praia do Flamengo, eles fizeram uma reunião para a fundação oficial do Clube de Regatas do Flamengo e decidiram também que a data oficial de fundação seria 15 de novembro, feriado nacional.
Clube mais popular do Brasil com mais de 40 milhões de torcedores e um dos mais vitoriosos do país, o Flamengo completa 130 anos neste sábado (15). Maior campeão carioca e o único campeão mundial da cidade, o Rubro-Negro também é tricampeão da Libertadores e pode se tornar o primeiro brasileiro tetracampeão continental no próximo dia 29 de novembro.
Mengão130anosARTE KIKO
No dia do aniversário de 130 anos do Flamengo, O DIA entrou em contato com alguns ídolos do clube. Recordista de jogos do clube com 876 aparições em campo e um dos jogadores mais vitoriosos da história do clube, Júnior demonstrou gratidão pela oportunidade que recebeu ainda jovem para se tornar jogador profissional e enalteceu o Mais Querido.
"O Flamengo é a minha segunda casa. Me formou como homem e como profissional. Foram praticamente 20 anos da minha vida de dedicação. É um orgulho muito grande ser o jogador que vestiu mais vezes a camisa do clube. Gratidão imensa pela instituição, que me abraçou quando estava começando a carreira", disse o ex-jogador, que atualmente é comentarista da TV Globo.
O Maestro, como ficou conhecido, foi revelado pelo Flamengo em 1974. Foram dez anos vestindo a camisa rubro-negra, antes de jogar por cinco temporadas no futebol italiano por Torino (entre 1984 e 1987) e Pescara (entre 1987 e 1989). Depois, Júnior retornou para o clube, onde atuou mais quatro anos antes de se aposentar. Entre os momentos marcantes, ele destacou o Carioca de 1974 e o Brasileiro de 1992.
"O título carioca de 1974 foi importantíssimo porque me solidificou como profissional de futebol. O Brasileiro de 1980 também tem um significado muito grande porque abriu portas para jogarmos a Libertadores e o Mundial (de 1981). E tenho um carinho muito grande pelo Brasileiro de 1992, já com 38 anos, no final de carreira, podendo curtir juntamente com meu filho", afirmou.
Júnior integrou uma das gerações mais vitoriosas do Flamengo. O Maestro marcou época ao lado de ídolos como Zico, Adílio, Andrade, entre outros, e conquistou títulos como o Mundial e a Libertadores de 1981, além de quatro títulos do Brasileirão (1980, 1982, 1983 e 1992), uma Copa do Brasil (1990) e seis Cariocas (1974, 1978, 1979 [2], 1981 e 1991).
Júnior é o recordista de jogos da história do FlamengoDivulgação/Flamengo
Romário, o melhor do mundo que escolheu o Flamengo
No ano do centenário, o Flamengo deu um presente e tanto para a sua torcida. No dia 14 de janeiro de 1995, um evento marcou a história do futebol brasileiro para sempre. Dias antes de ser eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, Romário desembarcou no Rio de Janeiro para assinar com o Rubro-Negro.
Romário chegou ao Rio de Janeiro com desfile em carro aberto pelas ruas da cidade. Na época, o Baixinho deixou o Barcelona, no auge da carreira e menos de um ano depois de conquistar o título da Copa do Mundo com a seleção brasileira, em 1994. Em entrevista ao DIA, relembrou a emoção de jogar diante da Nação.
"Serei sempre grato ao Flamengo por ter sido o clube que me permitiu voltar ao Brasil, em 1995, depois de sete anos jogando na Europa. A emoção da galera rubro-negra no Maraca lotado é algo indescritível", contou o Senador da República.
No Flamengo, Romário formou o "ataque dos sonhos" ao lado de Sávio e Edmundo. Entre 1995 e 1999, o Baixinho marcou 204 gols em 240 jogos disputados, e conquistou títulos como o Carioca (1996 e 1999) e a Copa Mercosul (1999). Ele é até hoje o quinto jogador com mais gols marcados pelo clube, atrás apenas de Zico (508), Dida (253), Henrique Frade (214) e Pirillo (209).
Romário defendeu o Flamengo entre 1995 e 1999Divulgação/Flamengo
Campeão da Mercosul, Reinaldo substituiu Romário e foi decisivo
No mesmo ano em que Romário chegou ao Flamengo, outro nome que seria importante futuramente foi Reinaldo. Ainda jovem, chegou ao clube no mesmo ano em que o Baixinho, mas era uma promessa. Anos depois, se tornaria o substituto do camisa 11 e seria peça determinante no título da Mercosul.
"A importância do Flamengo dá para definir em uma palavra: gratidão. É o clube que me lançou para o futebol, que acreditou em mim e me criou. Me ensinou de tudo, me criou como homem. Cheguei em 1995, ainda um garoto atrás do sonho. Fazer parte da história é um motivo de honra e orgulho", disse.
Reinaldo defendeu o Flamengo entre 1999 e 2001. No primeiro ano como profissional, conquistou o título do Carioca e teve a missão de substituir Romário na decisão contra o Vasco. Meses depois, se tornou o substituto do Baixinho, que deixou o clube em meio ao Brasileirão.
Além do título da Mercosul de 2000, Reinaldo se tornou uma figura de destaque no tricampeonato carioca. O centroavante também foi o artilheiro da Copa dos Campeões. Atualmente técnico do Maricá, Reinaldo fez 47 gols e 11 assistências em 133 jogos pelo Flamengo.
"Todos momentos foram marcantes, mas o mais marcante foi o segundo jogo da final da Mercosul. Fiz um passe de calcanhar para o gol de título. Foi meu primeiro título como titular e ainda pude dar um passe decisivo. Então foi o momento mais marcante", afirmou.
Reinaldo foi tricampeão carioca e campeão da Mercosul de 1999 e da Copa dos Campeões de 2000 pelo FlamengoDivulgalção/Flamengo
Flamengo pode viver temporada mágica nos 130 anos
Tricampeão continental e octacampeão brasileiro, o Flamengo pode terminar a temporada dos 130 anos com uma tríplice coroa. Campeão estadual, o Rubro-Negro pode encerrar o ano se tornando o primeiro brasileiro tetracampeão da Libertadores e conquistando o seu nono título brasileiro.
Desde 2018, o Flamengo ocupa o espaço de clube mais valioso do Brasil. O resultado é fruto do sucesso dentro e fora de campo. Desde 2019, foram 15 títulos conquistados, sendo dois títulos do Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores, além de uma Recopa, três Supercopas do Brasil e cinco Cariocas.
A geração marcada com nomes como Gabigol, Bruno Henrique, Arrascaeta, Diego Ribas e Pedro se tornou a mais vitoriosa da história do Flamengo, superando a histórica equipe que dominou o futebol brasileiro na década de 80 com nomes como Zico, Júnior, Adílio, Andrade, entre outros.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.