Faixa-preta de Jiu-Jitsu, Rodrigo Fajardo é um dos líderes da Gracie Barra em Curitiba(Foto: Arquivo pessoal)

Ser um atleta de Jiu-Jitsu em tempo integral no Brasil é um privilégio para poucos. A escassez de eventos profissionais aliada à falta de incentivo público e privado faz com que lutadores, há décadas, sejam obrigados a buscar atividades secundárias para bancar custos básicos e alimentar seus sonhos. No entanto, o futuro é de otimismo. Nunca na história, a arte marcial difundida pelos Gracie recebeu tanto incentivo financeiro e de marketing como nos dias atuais. Muito disso se deve à entrada dos sheiks árabes no mercado. Desde 2017, foram 74 eventos organizados em terras brasileiras pela Abu Dhabi Jiu-Jitsu Pro (AJP Tour), do Sheik Mohamed Bin Zayed, com um investimento estimado em R$ 20 milhões.

Nos próximos dias 17, 18 e 19 de março, será a vez da AJP Tour desembarcar no Sul do país. Balneário Camboriú, em Santa Catarina, receberá o South America Continental Pro, um dos principais eventos do circuito. Serão mais de R$ 200 mil em premiações para atletas e equipes participantes.

"A AJP ocupa um lugar de prestígio hoje dentro do Jiu-Jitsu por conta da nossa organização e por valorizarmos as estrelas do evento, que são os atletas, os professores e as academias. O Jiu-Jitsu no Brasil precisa ser tratado de forma profissional, e não com amadorismo. Investimos forte para dar as melhores condições a todos que sonham em viver do esporte", explicou o gaúcho Elias Eberhardt, representante da entidade no Brasil.

A expectativa da organização é que o evento ultrapasse a marca de 1.000 inscritos. Equipes tradicionais como Alliance e Gracie Barra já se mobilizaram para estarem em peso no South America Continental Pro. Um dos atrativos, obviamente, será a premiação em dinheiro para atletas e equipes, como citou o faixa-preta Rodrigo Fajardo, o "Pimpolho", um dos líderes da Gracie Barra em Curitiba.

"A vida do atleta é muito difícil, muitos precisam treinar e trabalhar ao mesmo tempo. Por isso, fico muito feliz em ver um evento que visa a profissionalização do competidor, que cuida do crescimento do Jiu-Jitsu como esporte também. Todos nós vislumbramos que um dia o atleta possa focar só nos treinos e competições, e não tenha que ter outro trabalho, ou tenha que dar aulas e correr atrás de seminários para obter alguma renda. Isso não é bom. Por isso, vamos em peso para o evento. Temos que valorizar quem nos valoriza. E, hoje, enxergamos e apoiamos o investimento e o projeto de crescimento da AJP para os envolvidos no esporte", afirmou Pimpolho.

Figura marcante nos eventos da AJP Tour, Fajardo construiu uma carreira sólida como atleta de Jiu-Jitsu. Foi campeão europeu, sulamericano e pódio nas principais competições do mundo. Questionado se iria competir o South America Continental Pro, Pimpolho revelou ter outros planos para 2023.

"Meus planos hoje estão mais voltados para a área de treinador, a ideia é ser mais coach, trabalhar na formação de novos atletas, novos professores e ajudar na evolução do esporte como um todo. Já estou há muito tempo nessa batida, conquistei coisas importantes, agora é a vez de tentar retribuir um pouco e dar a vez para a nova geração. Quero me dedicar mais aos meus alunos, a ideia é estarmos presentes em todas as etapas", completou Fajardo, que apresenta um pouco da sua rotina no instagram @pimpolhogb.

Os campeões dos absolutos profissionais receberão R$ 5 mil e ainda terão todos os custos pagos pela AJP para disputarem o Grand Slam, no Rio de Janreiro. Já as três melhores equipes receberão a premiação de R$ 5mil, R$2,5mil e R$1,5mil, respectivamente.

As inscrições para o South America Continental Pro Jiu-Jitsu podem ser feitas até o próximo dia 10, no próprio site da organização (ajptour.com/pt_BR/event/683).