Jorge Santos (à direita) vem desenvolvendo grande trabalho em prol do Jiu-Jitsu na Irlanda(Foto: Arquivo pessoal)
A decisão mudou a vida do brasileiro, nascido em Porto Alegre-RS, mas que hoje colhe os frutos: "A Irlanda me deu muitas oportunidades, uma delas foi trazer meus dois filhos pra cá, ter meus próprios negócios e ajudar muitas pessoas diretamente e indiretamente. Eu gosto muito do pais. Claro que tem os contras, e o maior é estar longe da família, mas por outro lado é um país muito seguro comparado ao Brasil. Não tenho vontade de voltar e não me arrependo de nada pois tudo aconteceu nos momentos certos".
A caminhada até o sucesso, porém, não foi fácil. Vindo de uma família humilde, Jorge sempre foi uma criança rebelde, fugiu algumas vezes de casa e se envolveu com más influências, mas aos 14 anos, isso iria mudar. Assistindo ao lendário Royce Gracie, o então adolescente conheceu o Jiu-Jitsu. Depois, durante seis anos ele se organizou financeiramente até que, aos 20, começou a praticar o esporte com o professor Luis Fernando. Meses depois, conheceu Luis Guedes, seu mestre até hoje.
Competidor nato, o jovem colecionou medalhas em alguns dos principais campeonatos no país e vislumbrou a chance de lutar nos Estados Unidos. E mesmo com apenas 27 dólares e sem apoio daqueles que deveriam o incentivar, Jorge Santos partiu em busca do seu sonho.
"Antes de fazer a minha primeira viagem internacional, muita gente disse que seria impossível, que eu não conseguiria visto, dinheiro para as despesas, etc. Isso veio de pessoas que deveriam me incentivar, mas ainda bem que por outro lado tem muita gente boa, que me ajudou nesse processo", relembrou o faixa-preta, que continuou:
"Fui para os EUA com 27 dólares, sem cartão de crédito, sem inglês, com venda de rifas e ajudas de amigos. Tive a sorte de reservar um hostel com café da manhã incluso, o que me salvou. Não ganhei o campeonato na época, mas ganhei muita experiência e vontade de sair do Brasil".
Ao retornar dos Estados Unidos, Jorge Santos colocou em foco juntar dinheiro e deixar seu país-natal novamente. Foi aí que a Seda College - renomada escola de intercâmbio - entrou na história, e em março de 2011, o gaúcho foi de "mala e cuia" para Dublin. Estudando inglês e com a orientação certa, o atleta de Jiu-Jitsu viu sua carreira decolar pouco a pouco.
"Com uma semana na Irlanda meus amigos Rafael Gonçalves e Alex Castro ajudaram a comprar umas placas de tatame para eu dar aula particular na casa de casa. Comecei com um aluno e em dois meses já estava dando aula dentro de uma academia de musculação. Com cinco meses decidi investir em um estúdio para morar e dar aulas, mas passei por dificuldades financeiras e tive que me reinventar. Decidi fechar o estúdio, fui trabalhar em uma cafeteria e as coisas melhoraram", falou o faixa-preta, que ainda completou:
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