Por pedro.logato

Rio - Yusra Mardini, síria de 18 anos, está competindo na natação pelo time de refugiados do COI. Sua história é parecida com a de milhares de pessoas que tanto sofrem com a guerra pelo mundo, com a diferença de que ela ganhou uma chance, após muito sacrifício e perseverança. E o sorriso de quem pode estar numa Olimpíada e ter uma vida de paz talvez seja o grande prêmio.

“É maravilhoso. É uma sensação incrível estar aqui e ver tantos campeões. Não é difícil curtir os Jogos. As pessoas querem mostrar o que sabem e podem fazer devido a questão de serem refugiadas. Nós não paramos nossa viagem, seguimos em outra”, disse Yusra.

Yusra Mardini%2C síria de 18 anos%2C está competindo na natação pelo time de refugiados do COIMarcelo Bertoldo

Ao pular na raia 4 da piscina olímpica, Yusra só pensou ‘em água e nas últimas competições que disputou’. O que faz tempo: ficou dois anos sem poder nadar. Ela saiu de Damasco em abril de 2015 com a irmã Sarah para fugir da Guerra Civil da Síria, que em cinco anos já fez mais de 400 mil vítimas. Passou por Líbano e Turquia, onde pegou um barco superlotado, que começou a afundar no meio do Mediterrâneo.

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Yusra, sua irmã e outros passageiros pularam na água e nadaram por três horas até a Grécia, puxando com cordas o barco e salvando mais de dez pessoas. A maratona prosseguiu pelo Leste Europeu, até chegarem à Alemanha em setembro, onde receberam o sonhado abrigo.

Yusra nada desde os 3 anos e disputou o Mundial de Piscina Curta de 2012, pela Síria. Planejava ir a Tóquio-2020, até receber o convite. Ovacionada com outros refugiados de Congo, Sudão do Sul e Etiópia na cerimônia de abertura, ela competiu ontem nos 100 metros borboleta. Ganhou a bateria com um tempo 12 segundos a mais que a primeira geral.

No fim, o resultado é o que menos importa. O prêmio ela já conquistou. “Foi muito legal. Todos têm sido atenciosos com a gente. Estamos felizes. Sou grata pelo apoio, estão todos no meu coração”, disse Yusra.

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